O agricultor Nestor Juarez dos Passos, 54 anos, sempre trabalhou na roça. Ele mora em Vila Seca, interior de Caxias do Sul, há mais de 50 anos e assegura que o número de javalis em suas lavouras cresce a cada ano.
— Em uma noite eles podem destruir a produção de um hectare de milho — releva.
Por conta disso, ele praticamente não dorme. Pelo menos três vezes por noite, reúne seus cães, pega a espingarda e vai até as lavouras conferir se os javalis estão por lá.
— Geralmente estão. São malhadas (grupos) de 20 — conta.
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Nas plantações de milho de Passos, as clareiras abertas pelos javalis são fáceis de visualizar. Eles derrubam a planta e comem pouco mais da metade da espiga. O resto eles deixam lá.
— Só vão embora quanto estão de barriga cheia. Eles já não têm medo dos cachorros e nem dos tiros que dou para o alto e tentar assustá-los. Chega a ser uma afronta — conta o agricultor.
Ele foi um dos tantos agricultores de deixaram de plantar milho para vender. Hoje, ele trabalha com a produção de leite e queijo. Os três hectares de grãos cultivados são para alimentar as vacas de leite. Como manter o cultivo está difícil, a saída é colher o milho antes de estar pronto e fazer silagem, quando o alimento é moído e conservado para ser fornecido aos animais.
— Enquanto a planta estiver em pé, eles vão continuar comendo. Então, vou cortar e moer o que sobrou.
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