
A cada dia que se alonga a suspensão da emissão de passaportes no Brasil, aproximadamente 85 pessoas são afetadas na Serra. Esse é o número médio de indivíduos que passam diariamente no posto da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul, responsável por atender a 58 municípios da região. Desde que o órgão anunciou que a fabricação do documento seria paralisada, há uma semana, mais de 500 passaportes feitos em Caxias estão sem previsão de entrega.
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Logo na entrada do prédio que abriga o posto da PF onde o serviço é realizado, um comunicado pendurado na parede avisa sobre a pausa na confecção de cadernetas solicitadas a partir de 27 de junho. Ainda assim, segue normal o atendimento pré-agendado, etapa que consiste na entrega da documentação, realização de foto e coleta de digitais.
Após a instituição comunicar que acabou o dinheiro orçado para a confecção de passaportes, o movimento na delegacia caxiense da PF foi pouco afetado. Houve um leve incremento na quantidade de agendamentos desmarcados. No entanto, a maior parte dos atendimentos previstos está ocorrendo.
Atendido na PF nesta quarta-feira, o lutador de taekwondo Welinton Fraga acabou sendo prejudicado com o problema no serviço. O atleta tem viagem marcada para disputar um campeonato na Costa Rica, em setembro. Agora, não sabe se poderá representar a seleção brasileira no evento.
– Fiquei bem assustado (com a interrupção do serviço). Se o passaporte não vier, a experiência internacional que eu teria vai por água abaixo. E, sendo atleta da seleção brasileira, eu preciso muito do passaporte para competir – destaca.
Por outro lado, há um contingente de pessoas com atendimento marcado que não deve sair prejudicado pelo atraso no serviço. É a situação da professora Dalia Mielke e do industrialista Nilson Mielke, que fizeram o passaporte e não têm pressa para recebê-lo. O casal não possui algum compromisso marcado no curto prazo.
– Fiquei surpresa (com o anúncio). Entramos em contato para saber se o atendimento seria mantido. Mas eu não tenho uma urgência – relata Dalia.
Por ora, impacto é pequeno
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), João Augusto Machado, afirma que as empresas de turismo até o momento não sentiram o impacto da medida estabelecida pela PF.
– O pessoal que viajará agora nas férias de julho já está com a documentação. Acabou se gerando esse transtorno, mas acreditamos que será resolvido nas próximas semanas – acredita Machado.
Caso algum consumidor com viagem marcada para os próximos dias não tenha o passaporte e se sinta prejudicado, a orientação do Procon de Caxias do Sul é que se procure o prestador do serviço para tentar encontrar uma solução.
– A recomendação é contatar os prestadores de serviços envolvidos e tentar sensibilizá-los. Mas o prestador de serviço não tem culpa, por isso não é obrigado a atender ao pedido de transferência – ressalta Luiz Fernando Horn, coordenador do Procon caxiense.
Horn enfatiza que nas compras presenciais não há direito de arrependimento. Ou seja, o contrato assinado tem de ser cumprido. Já nas compras a distância, pela internet, Horn lembra que há a possibilidade de fazer o cancelamento do pedido em até sete dias, contando a partir da data que o produto foi entregue ou o acordo firmado entre as partes.