É o terceiro mês consecutivo em 2017, que o município de Caxias do Sul teve mais demissões que admissões. Em junho, foram 3.877 contratações e 4.419 desligamentos, resultando na perda de 542 postos de trabalho na cidade. O desempenho foi divulgado ontem no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Todos os setores da economia caxiense fecharam no vermelho. O resultado foi puxado pelo fechamento de 201 postos na indústria, de 81 na construção civil, 76 no setor de serviços e 73 no comércio. A agropecuária, que em maio puxou o índice negativo, com 140 postos fechados, em junho o resultado foi de 97 vagas a menos.
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Falta de confiança
Para a assessora de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Nara Panazzolo, os números negativos ainda são um reflexo da falta de confiança dos empresários caxienses na política e economia brasileira.
– É difícil voltar a contratar com uma economia tão instável – declara.
Ela acredita, no entanto, que a aprovação da Reforma Trabalhista pode mudar o cenário até o final do ano.
– Muitas empresas estavam aguardando a Reforma para voltar a contratar, principalmente no que se refere às questões jurídicas – destaca Nara.
No acumulado do ano, o saldo geral fechou no positivo, com 1.010 novas vagas, puxado principalmente pelos setores da indústria e serviços. Nos últimos 12 meses, no entanto, os números permanecem no negativo com o fechamento de 3.056 postos de trabalho. Outros municípios da região, como Vacaria, Bento Gonçalves, Farroupilha e Canela também fecham o mês de junho no negativo.
No Brasil foram abertos 9.821 nos postos de trabalho – uma variação de +0,03% em relação ao estoque do mês anterior. Esta foi a terceira expansão consecutiva e a quarta registrada este ano.
Mercado de trabalho
Caxias do Sul fecha 542 postos em junho
Saldo negativo foi puxado pela indústria, agropecuária e construção civil. No acumulado do ano, o saldo ficou positivo
Ivanete Marzzaro
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