Do início ao fim, 2016 foi um ano difícil para a economia caxiense. Ainda em janeiro, os indicadores já apontavam prejuízos de 19,4% no acumulado de 12 meses na cidade, indicando que, mesmo se uma recuperação viesse, seria complicado zerar tantas baixas até dezembro.
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A esperada retomada, infelizmente, não veio. O máximo que ocorreu ao longo do ano foi uma "despiora", ou seja, uma amenizada em tantos números vermelhos. No último balanço divulgado, o acumulado de 12 meses mostrou baixas de 15,1%.
Depois de um ano tão complicado, não falta torcida para que 2017 traga números mais animadores. Para saber quais são, neste final de ano, os pedidos da economia caxiense para o Papai Noel, o Pioneiro ouviu lideranças empresariais dos principais setores da cidade.
Em comum, claro, os segmentos esperam que a crise econômica saia de cena para dar espaço para uma recuperação consistente. A retomada da indústria, motor econômico de Caxias, é outro pedido recorrente, já que o ramo "puxa" praticamente todos os demais. Desde o começo da retração, mais de 20 mil postos foram fechados apenas no segmento metalmecânico, o que prejudicou muito os demais setores. Sem a massa salarial dos trabalhadores da indústria, o consumo no comércio caiu e a solicitação de serviços despencou.
Na agricultura, a boa notícia deste ano é que o clima contribuiu, ao contrário de 2015. A reivindicação agora passa a ser a valorização do trabalho dos produtores.
O certo é que, no que depender das lideranças de Caxias, não vai faltar presente para o Noel entregar neste e no próximo ano.
QUAIS SÃO SEUS PEDIDOS DE NATAL?
Comércio
"Um dos pedidos do comércio é a estabilidade política, além do retorno do investimento para o mercado. Falando de Caxias especificamente, é importante que a questão dos ambulantes seja resolvida. Além disso, o desejo é para que as pessoas se sintam mais seguras no ano que vem em todos sentidos: seguras em seus empregos, seguras para sair de casa, seguras pra comprar."
Ivonei Pioner, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL)
Serviços
"O desejo principal de todos setores é que o Brasil passe por uma recuperação econômica. Esperamos que as indústrias voltem a produzir mais e que assim o desemprego diminua. Acontecendo isso, o efeito impacta diretamente no comércio e em serviços, já que a cadeia toda volta a funcionar. Tenho confiança que não passaremos por tantas dificuldades em 2017 como passamos em 2016."
Nelson Sbabo, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC)
Indústria
"O principal pedido é que as indústrias passem a produzir mais e a vender mais. Dessa forma, conseguiremos manter os empregos que ainda temos, além de recuperar parte dos postos que perdemos. Pedimos ainda que o governo pense mais no Brasil e que essa crise intensa seja amenizada."
Reomar Slaviero, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs)
Agricultura
"Nosso pedido é para que o trabalho dos agricultores seja valorizado. Esse é o grande problema do setor no momento. Com a crise, os nossos produtos muitas vezes são vendidos por preço abaixo do custo de produção. Nosso pedido, então, é esse: que o consumidor volte a ter dinheiro para que nossos alimentos sejam comercializados com valor mais justo. Além disso, claro, é importante que o clima nos ajude."
Rudimar Menegotto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul
Construção civil
"Torço para que tenhamos mais otimismo em 2017. Como Caxias foi muito afetada pela crise, o ambiente geral está muito pessimista. Penso que uma melhora nessa questão já vai ser bem interessante. Além disso, nosso pedido é para que os juros baixem, o que certamente fará a economia girar mais. A construção civil normalmente é o primeiro setor a sentir a retração e o último a reagir. No nosso ramo, juros menores e mais facilidade de crédito fazem a diferença."
Danilo Biffi, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon)
Natal
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Ana Demoliner
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