No mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou o forte tombo da economia brasileira no terceiro trimestre, o Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juro em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. É o segundo recuo consecutivo, após mais de quatro anos sem realizar cortes na Selic.
Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia reduzido a taxa de 14,25% para 14% ao ano diante da economia fraca e do arrefecimento da inflação. O corte confirma a expectativa de analistas de mercado que a partir do primeiro movimento de recuo no mês passado passaram a apostar na baixa da taxa básica para tentar recuperar o fôlego da atividade econômica ao baratear o crédito e estimular os investimentos no setor produtivo.
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Também há a expectativa do próprio mercado de que a inflação oficial do país siga mais amena e chegue ao final de 2017 próximo de 5%, mais perto do centro da meta perseguida pelo BC (4,5%).
No comunicado divulgado junto com o resultado da reunião o BC aponta que "o conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugere atividade econômica aquém do esperado no curto prazo, o que induziu reduções das projeções para o PIB em 2016 e 2017. A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual que a antecipada previamente."
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
– Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
– Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
– Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.