
Realizada ainda em meio à crise política e à recessão, a 39ª Expointer, lançada nesta sexta-feira, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, traz para o agronegócio o desafio de um bom resultado apesar do momento conturbado atravessado pelo país. A edição de 2016 será entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro.
A despeito da economia ainda andando para trás, há a percepção entre a maior parte das entidades promotoras de que o campo, em situação privilegiada na comparação com outras atividades, ainda pode alcançar o objetivo de pelo menos ser o ponto de partida de negócios que serão fechados nos próximos meses, ao mesmo tempo em que proporciona integração e expõe a ponta da tecnologia nas máquinas agrícolas e na genética animal. As projeções de faturamento, porém, ainda são cautelosas.
– A Expointer é, com certeza, a melhor expressão do campo que trabalha, produz e dá certo – disse na cerimônia de lançamento da feira o governador José Ivo Sartori.
Para o secretário da Agricultura, Ernani Polo, após a edição do ano passado ter sido marcada pela superação para recuperar o parque após o temporal que destruiu várias instalações, agora está à frente da Expointer a missão de driblar a crise.
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– Talvez esta seja a Expointer do desafio –
No setor de máquinas agrícolas, segmento que de longe mais fatura durante a feira, a percepção é de que, se igualar o volume de vendas do ano passado, R$ 1,69 bilhão, já será um resultado positivo. A grande safra gaúcha de grãos – apesar de quebras na Metade Sul por fatores climáticos – pode ajudar a alavancar negócios.
– A agricultura é o único setor do país que está capitalizado – lembra o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, avaliando que, após o desfecho do processo de impeachment, os agricultores vão voltar a investir.
Na agricultura familiar, a expectativa é de faturar mais de R$ 2,4 milhões, projetou Nestor Bonfanti, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), na cerimônia desta sexta-feira.Os reflexos da economia em retração, no entanto, já apareceram no número de animais inscritos. Para este ano são 4.285 exemplares, quase 10% abaixo do ano passado, reflexo dos altos custos para transporte e estadia no parque.