
Os metalúrgicos de Caxias recusaram neste sábado, por unanimidade, a proposta de dissídio oferecida pelo sindicato patronal. A assembleia geral dos trabalhadores ocorreu no auditório do sindicato dos trabalhadores e encerrou no final da manhã, durando cerca de duas horas.
A proposta dos patrões lida no encontro oferecia um reajuste de 2% nos salários até dezembro e 6,63% a partir de janeiro. A inflação de todo período é 8,76% e só seria contemplada de forma praticamente plena, portanto, no ano que vem.
- A proposta deles, basicamente, é de pagar 50% da inflação. O sindicato não concorda com isso. Precisamos, no mínimo, conseguir a inflação, que é de 8,76%, em todo o período, porque não vamos mais recuperar essa perda. Aceitar essa proposta é tirar do nosso bolso um direito e entregar para os patrões. E pra que? Pra eles continuarem demitindo - disse Assis Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, durante a assembleia.
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Segundo o dirigente, o sindicato propôs nas rodadas de discussão que, se não fosse para contemplar toda a inflação, que os patrões "ao menos garantissem o emprego por um ano ou seis meses, evitando as demissões".
- Também não aceitaram essa proposta. Então não podemos passar recibo para arrocho salarial - alegou Assis.
Com a recusa dos trabalhadores, as entidades devem voltar a se reunir nas próximas semanas para novas negociações. Ao Pioneiro, Assis adiantou que o sindicato até poderia entender uma proposta que prorrogue o pagamento da inflação para janeiro, mas desde que os valores venham retroativos a junho, data-base da categoria:
- Mas sem pagar a inflação em algum momento, nem que seja com atraso, não tem como fazer acordo.