Uma assembleia na manhã deste sábado, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, definiu o índice de reajuste que a categoria irá reivindicar no dissídio deste ano. Até então, a entidade divulgava apenas que queria um percentual maior que a reposição da inflação. Agora a reivindicação ficou mais precisa: os metalúrgicos buscam 2% de aumento real.
Como atualmente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses está em 8,76%, os metalúrgicos reivindicam, portanto, mais de 10% de reajuste. A primeira reunião de negociação do dissídio ocorreu na semana passada e não resultou em nenhuma evolução.
- Inflação não é aumento, é reposição de perdas. Mesmo assim, o salário ainda não terá a condição de compra de um ano atrás. Então vamos propor correção da inflação mais 2% de aumento real. Essas são as condições para continuarmos o debate. O metalúrgico merece a luta pelo aumento real de salário - explicou Assis Melo, presidente do sindicato dos trabalhadores.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, ressalta que a reposição inflacionária não é obrigação dos empresários, especialmente em um ano que o setor acumula perdas de 28%.
- Não temos espaço para reajustes, simplesmente não se tem mais da onde tirar. Não teremos como repor toda a inflação, que está muito alta, e menos ainda algum adicional - adianta.
Fonseca argumenta ainda que "qualquer aumento pode resultar em mais desemprego", já que o setor fechou 2.232 vagas de janeiro a maio e estima perder mais oito mil até o final do ano.
Além do reajuste salarial, o sindicato dos trabalhadores defende no dissídio avanços em mais de 70 cláusulas sociais, como lanche para estudantes, transporte gratuito e licença-maternidade de 180 dias em todas as empresas metalúrgicas.
Do outro lado, o Simecs deve propor a ampliação da flexibilização da jornada de trabalho, que hoje só pode ocorrer durante 180 dias. A segunda rodada de negociações deve ocorrer na próxima semana.
Reivindicação
Metalúrgicos de Caxias querem mais de 10% de reajuste no dissídio
Em assembleia neste sábado, categoria aprovou aumento real de 2%, além da inflação
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