Demissões na indústria metalúrgica de Caxias devem aumentar no segundo semestre

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) avalia que o ano de 2015 deve terminar com números de faturamento e de empregados semelhante aos de 2003 ou 2004. Nos primeiros quatro meses do ano, quase dois mil funcionários perderam o emprego. Os números de maio só serão apresentados na próxima quarta-feira. Mas o presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, já faz uma previsão para o ano: se o cenário não melhorar, serão nove mil vagas fechadas em 2015.

Como ainda não houve reação de indicadores e não há perspectiva de melhora no cenário ainda este ano, a projeção do dirigente do sindicato patronal é que as demissões sejam maiores no segundo semestre do ano do que foram até agora. As grandes empresas têm adotado flexibilização de jornada como forma de reduzir os impactos da queda das vendas.

- A flexibilização de jornada tem um lado importante, que é manter o empregado e reduzir o custo. Mas, como não tem vendas, os pátios estão lotados, todas as empresas estão com grandes volumes de estoque, não tem mais o que produzir. Tem empresas que já deram períodos de férias até 2017, uma coisa impensável até pouco tempo. Não tem onde tirar outra alternativa. A saída é, infelizmente, reduzir trabalhadores e reduzir, assim, o custo fixo - avalia Fonseca.

O ano pode terminar com 35 mil trabalhadores empregados no setor, conforme o presidente do Simecs. Há um ano e meio, esse número era de 55 mil. Segundo Fonseca, o maior impacto com as demissões será em empresas pequenas e médias.

Restrições de acesso ao crédito e a inflação alta são alguns dos indicativos de que a recuperação não virá logo.

- Os pacotes do governo só devem trazer algum resultado de seis a oito meses. Lá por março, abril, deve haver alguma melhoria significativa. Algum progresso, deve ser sentido em janeiro. Mas melhora mesmo só a partir de março - projeta Fonseca.