Em Caxias do Sul, foram fechadas 3.442 vagas em 2014, conforme dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. O resultado é o pior fechamento de ano desde 2002, início da série histórica. Nos últimos 12 anos, o período nunca havia terminado com números negativos, nem mesmo durante a crise econômica mundial de 2008, que teve reflexos em 2009.
O setor que mais contribuiu com a queda foi a indústria de transformação, que fechou pouco mais de cinco mil vagas. Outros setores registraram altas, ainda que mais modestas que em anos anteriores: o comércio teve a abertura de 254 vagas e o setor de serviços, 1.082. A construção civil abriu 57 vagas e o setor agropecuário, 93.
Na indústria, o segmento mais afetado foi o metalmecânico. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getúlio Fonseca, o número total de empregados do setor recuou para patamares semelhantes aos de 2005.
- Em 2014, terminamos o ano com 48 mil empregados no setor. Já tivemos 55 mil. E não vamos voltar tão cedo a esse número - diz o dirigente.
Fonseca não vê perspectivas otimistas para os próximos meses. Grandes indústrias já debatem flexibilizar a jornada, ou seja, deixar de trabalhar durante alguns dias por mês, para evitar mais demissões. A medida poderia ser adotada a partir de fevereiro ou março.
Em Bento Gonçalves, o ano fechou positivo, com abertura de 700 vagas, mas o número é inferior ao do ano interior. A mesma situação foi registrada em Farroupilha, onde 129 novas vagas foram criadas. Quando apenas o mês de dezembro de 2014 é analisado, os maiores municípios da Serra, com população acima de 30 mil habitantes (Caxias, Bento, Farroupilha, Gramado, Canela, Garibaldi e Vacaria), tiveram fechamento de vagas, com dados puxados pela indústria.
No Brasil, o ano registrou situação semelhante a Caxias: foi o pior desempenho dos últimos 12 anos, com a criação de 396.993 postos de trabalho. Esse número é 64% menor do que em 2013.
