Alta procura obriga comerciantes de Caxias a vender lenha só sob encomenda

As vendas de casacos, cobertores e aquecedores não são as únicas que disparam quando o frio dá as caras na cidade. O consumo de lenha, utilizada para alimentar lareiras e fogões, também cresce em movimento contrário ao das temperaturas, fazendo com que a comercialização do item mais que dobre em alguns pontos nessa época. A procura é tanta que, em alguns casos, o consumidor só consegue encomendar a lenha: a entrega só chega 10 dias depois.

Na Carvolenha Comércio de Carvão e Lenha, por exemplo, os pedidos que estão sendo feitos agora são para depois do dia 4 de julho. A movimentação se justifica: as vendas de lenha crescem 150% no estabelecimento em períodos de frio.

- Desde o final de abril, quando começou o primeiro friozinho, a procura se intensificou e não caiu mais - conta Pedro Luis Camello, proprietário da Carvolenha.

Em dias quentes como março, conta Camello, cerca de 40 metros de lenha são vendidos por mês. Já agora essa quantidade é comercializada por dia.

Um dos fatores que tem ajudado as vendas dos comerciantes de lenha é o aumento da fiscalização. Conforme Maria Zanesi, da Zanesi Comércio de Carvão e Lenha, o corte de árvores em localidades irregulares caiu muito nos últimos anos.

- O pessoal da colônia, que normalmente se virava por conta, agora está comprando lenha em função da fiscalização - conta.

Outro motivo determinante para a alta procura de lenha no período é a falta de planejamento dos clientes. Normalmente, conta Maria, os consumidores só procuram o item quando o clima pede aquecimento.

- Todo mundo espera a umidade e o frio para comprar lenha. Se fizessem estoque, não ficariam sem agora - ensina.

O aumento médio de 22,7% na tarifa de energia elétrica anunciado pela RGE na semana passada já reflete no preço da lenha em Caxias.

O metro da madeira, que era vendido a R$ 150, passou a ser comercializado por R$ 160 na Carvolenha a partir desta semana. O saco sai por R$ 10 (16 sacos correspondem a um metro).

- Todos os nossos procedimentos necessitam de energia - justifica Camello.