Projeções para a safra de uva são mantidas, apesar das intempéries

As baixas temperaturas para esta época do ano, as chuvas e o granizo causaram transtornos a produtores de uva. No entanto, especialistas sustentam que não há razões para se prever uma safra menos cheia do que as anteriores. Até o momento, a três meses da colheita, não existem ainda projeções negativas nos parreirais em termos de produção e rendimento. Pelo contrário: as estimativas para a safra estão mantidas. Nos 37 mil hectares da Serra, é esperada a colheita média de 700 milhões de quilos de uva.

No dia 23 de outubro, uma chuva de pedra atingiu Garibaldi e Carlos Barbosa. Garibaldi teve 50 agricultores afetados. As perdas diferem de uma propriedade a outra.
- É difícil dizer um percentual de perdas, porque a planta ainda está em brotação, algumas em floração. A maior parte ainda não formou o cacho - avalia o engenheiro agrônomo da Emater de Garibaldi, Ivaldo Luiz Dalla Rosa. 

- A grande maioria está começando o florescimento agora. É muito cedo para saber, mas, a grosso modo, é uma safra normal, mesmo com as adversidades das últimas semanas. Teve uma brotação exuberante acima da média, depois ficou 15 a 20 dias travada por causa da friagem, em setembro. E depois tivemos duas semanas de sol, com explosão do crescimento - comenta o engenheiro agrônomo e assistente regional de fruticultura da Emater de Caxias do Sul, Enio Ângelo Todeschini. 

O pico da colheita ocorre entre 15 de fevereiro a 15 de março _ algumas variedades mais precoces ficam prontas já a partir do final de dezembro, em regiões mais quentes. É entre fevereiro e março que José Debastiani, 72 anos, e a família devem retirar a uva nos 10 hectares de parreirais, no interior de Caxias do Sul. Ele, que produz o vinho sob a marca Bodas de Caná, estima obter de 150 mil a 200 mil litros, que é a média por safra. No ano passado, foram 157 mil litros. Debastiani avalia que, em razão do excesso de chuva, a brotação foi pequena e as parreiras ainda não estão carregadas de cachos. 
- Não dá para ter ideia de perda ainda. Tem que esperar fim de novembro para saber como vai ser. Ruim, ruim não vai ser - conta o produtor.