População acima dos 60 anos tem recebido atenção de empresas que perceberam o potencial desse filão

Responsáveis por compor 10,7% da população caxiense, as pessoas acima de 60 anos têm se mostrado um público consumidor em constante crescimento. São 46,9 mil pessoas cada vez mais informadas, preocupadas com a saúde e em busca de qualidade de vida. E mais: com tempo e dinheiro para investir.

Segundo levantamento da Quorum Brasil, consultoria que publicou um estudo sobre os hábitos de consumo dos idosos, o poder de compra de pessoas com mais de 60 anos alcança R$ 2,4 bilhões ao ano no Brasil. Somente na academia Biocenter, em Caxias, 35% dos alunos estão acima dos 60 anos. Na agência de viagens Paglitur o público também é alto: a terceira idade correspodne a cerca de 25% dos clientes.

Para a economista Jacqueline Maria Corá, coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da UCS, o aumento da expectativa de vida e a queda na taxa de natalidade são dois fatores que têm envelhecido a população ao longo dos anos.

- Tudo isto contribui para que as pessoas vivam mais e melhor e, desta forma, a expectativa de vida do brasileiro, na média, já chega aos 74 anos. Estudos indicam que essa faixa da população responde entre 15% e 20% do poder de compra do país. Assim, nada mais adequado do que a troca do termo terceira idade por melhor idade - defende a economista.

Exemplo disso são as irmãs Lóris Leonardi Magalhães, 68 anos, e Leda Maria Leonardi, 78, que na companhia de Sandra Oliveira Gazola, partem no mês que vem para mais uma das viagens que costumam fazer juntas.

Amigas há pelo menos 25 anos, as três são viúvas, e parceiras na hora de fazer as malas e viajar por aí. O próximo destino é o México, para um passeio de oito dias. Quatro deles serão para visitar o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, e o restante para aproveitar as belezas de Cancún.

Com preços mais baixos e parcelamentos a longo prazo, as viagens estão cada vez mais acessíveis. Lóris, que é professora aposentada, é entusiasta dos passeios, e defende que é possível se organizar e sair por aí, programando uma parte do dinheiro por mês.

- Quando termino de pagar uma viagem, já começo a próxima. Às vezes elas me esperam para irmos juntas - conta.

No Pioneiro deste final de semana, veja o perfil do idoso brasileiro, e o que ele quer do mercado.