Um articulador, um interlocutor e um conciliador. Mais do que palavras parecidas, elas definem José Antonio Fernandes Martins, executivo da Marcopolo escalado pela presidente Dilma Rousseff para ajudar a moldar o pacote de estímulo à indústria lançado na última terça-feira.
Não foi, portanto, uma coincidência que setores importantes da Serra, como o de fabricantes de ônibus, tenham sido contemplados com as medidas de desoneração da folha de pagamento e de redução de juros para aporte em inovação. Grande mérito de Martins, a quem Caxias vê como seu porta-voz junto ao Planalto, num momento em que a palavra desindustrialização assombra a economia.
Porto-alegrense de nascimento, Seu Martins (como é carinhosamente chamado), além de ser um empresário de renome e uma competente liderança, tem como hobby colecionar obras de arte. Sabe contemplar o que é belo. E não apenas por intuição ou por vaidade. Dedica-se com desenvoltura a ler (ou melhor, estudar, como define) livros sobre arte, vinhos e economia, áreas com as quais trava bastante afinidade.
Seu escritório em casa é recheado com publicações sobre os três temas. Mandou catalogar, em formato de livro, todos os quadros que, junto com a mulher Hieldis Severo Martins, garimpa em antiquários, galerias e por meio de contatos com colecionadores e apreciadores. Orgulha-se das peças raras que possui e prestigia pintores brasileiros (inclusive de Caxias e região), como Iberê Camargo, Sergio Lopes, Heitor dos Prazeres, Victor Hugo Porto, Beatriz Balen Susin, Di Cavalcanti, Celestino Machado e Britto Velho. Sua casa mais parece uma galeria de arte. Para onde quer que se olhe há um detalhe a espreitar a curiosidade e enlevar o espírito. Não há como frequentar a casa de Martins e não ficar absolutamente seduzido pelo bom gosto expresso em obras de arte como quadros, esculturas, móveis, prataria e pequenos objetos raros de decoração garimpados em antiquários, galerias de arte e pelas viagens ao redor do mundo. A impressão é de se estar circulando por uma galeria. Uma casa inteira ornamentada com arte, inclusive o elevador.
- Eu prefiro investir em arte do que em imóveis e terrenos. Arte é uma coisa que você aproveita, curte, embeleza, alegra. Mas para curtir, você tem de conhecer, ler, estudar - ensina, admitindo que poucos grandes empresários investem nessa área.
Como hobby, além de assistir a filmes e ler livros, jornais e revistas, Martins e Hieldis gostam de frequentar amigos e serem frequentados. Nesses momentos, "para os que apreciam e conhecem", não hesita em brindá-los com vinhos distintos, de lotes raros. Já recebeu em sua casa, para "jantares de cortesia", o governador Tarso Genro, secretários, políticos e empresários.
- Ele é um expertise e tem desenvolvido um excelente trabalho para a competitividade das empresas. Martins não pensa só no setor metalmecânico, mas na indústria de Caxias. É um interlocutor dos desejos das empresas e das questões de infraestrutura, sendo certamente um referencial junto à própria Dilma - elogia o presidente da CIC de Caxias, Carlos Heinen.
Personagem da economia
Conheça José Antonio Fernandes Martins, o executivo da Marcopolo que ajudou a moldar o pacote de socorro à indústria da presidente Dilma
Voz caxiense ecoa no Planalto
Silvana Toazza
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