Um mês depois do prazo oficial em que deveria estar vigorando, o salário mínimo regional ainda espera por um acordo entre as bancadas para ser reajustado pela Assembleia Legislativa. Uma reunião na manhã de hoje entre os líderes de partidos e o presidente da Assembleia, Giovani Cherini (PDT), vai tentar estabelecer um índice de aumento às quatro faixas do mínino que varia de R$ 511,29 a R$ 556,06 e atinge cerca de 1,2 milhão de trabalhadores no Rio Grande do Sul.
O governo propôs reajuste de 6,9%.
Cherini disse que pretende colocar o projeto em votação até amanhã, independentemente de acordo entre as bancadas. Para o presidente da Assembleia, o Legislativo saberá honrar sua responsabilidade perante os trabalhadores gaúchos.
- Vamos ouvir a voz das ruas e chegar a um índice de aumento que corresponda à realidade. Mas sem loucura - advertiu.
CUT quer mais tempo para negociações
A tendência, segundo um parlamentar que acompanha a negociação do mínimo, é de a Assembleia aprovar o índice de aumento sugerido pela governadora Yeda Crusius (PSDB), de 6,9%. Esse índice desagrada tanto a empresários quanto a trabalhadores.
- Queremos mais tempo para negociar. Na prática, tanto faz votar amanhã ou no próximo dia 8 de junho, porque as empresas já rodaram suas folhas de pagamento - apelou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Celso Woyciechowski.
As seis centrais sindicais com representação no Estado, que reivindicavam 14% de aumento, reuniram-se ontem em Porto Alegre para propor um índice alternativo de reajuste do mínimo regional. Os sindicalistas vão defender um aumento de 9,68% - correspondente ao reajuste do salário mínimo nacional - acrescido de 2,3% de aumento real. Segundo as centrais sindicais, esse último índice seria aplicado até 2014 como forma de recuperar a defasagem do piso estadual em relação ao valor do mínimo.
Os sindicatos empresariais reafirmaram ontem que discordam da vigência de um mínimo regional e não defendem nenhum dos índices de reajuste propostos.
Os dois lados
- O governo enviou projeto à Assembleia Legislativa propondo reajuste de 6,9% nas quatro faixas do mínimo, retroativo a 1º de maio.
- As centrais sindicais aceitam os 9,68% dados ao mínimo nacional, acrescido de um índice de recuperação de 2,3% para vigorar até 2014.