O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até amanhã para decidir se mantém o aumento de 7,72% aos aposentados que ganham acima do mínimo ou se veta a decisão do Congresso. Às vésperas de vencer o prazo, a pressão política aumentou.
A principal dificuldade apontada pelos aliados é desvincular as comparações entre o valor do salário mínimo, que vem sendo beneficiado por uma política de recuperação desde 2003, e o reajuste dos inativos que recebem acima do piso. Os benefícios tiveram aumentos menores.
Lula já indicou que pode vetar o aumento aprovado pelo Legislativo e manter os 6,14% do acordo com as centrais sindicais, em vigor desde janeiro. O chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, disse ontem que, "se não houver surpresas", a tendência é pelo veto. Um assessor de Lula, porém, afirmou que o presidente está "oscilando" e pode "supreender".
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também voltou a recomendar o veto. Bernardo salientou que os 6,14% estão assegurados no Orçamento e advertiu que "não há nenhum compromisso" em dar 7% ou mais aos aposentados.
- Houve uma negociação para conceder o índice de inflação e 2,06% de aumento real. O resto foi leilão de índices, dentro de um campeonato de quem era mais bonzinho - criticou.
O ministro insistiu, depois da Convenção Nacional do PT, que "ninguém pode falar que o governo está massacrando velhinho" . Segundo ele, Lula está cumprindo o acordo e concedendo um reajuste acima da inflação.
Bernardo reconheceu que, com a política de recuperação, quem ganhava quatro mínimos passará a receber 3,7 se forem mantidos os 6,14%. Mas ele ressalvou que todas as faixas terão reajuste acima da inflação.
Economia
Cresce pressão política sobre Lula, que pode vetar os 7,72%
Presidente tem até amanhã para definir o índice de aumento aos inativos
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