Qualquer guerreiro bárbaro que viesse a ser aprisionado pelo exército romano, dois mil anos atrás, passava a contar com duas perspectivas, nenhuma delas alvissareira. Se fosse um combatente forte e ágil, acabaria deportado a Roma, onde seria transformado em gladiador para entreter a sede de sangue do público que afluía às lutas no Coliseu. Cedo ou tarde, morreria na arena, derrotado por outro escravizado gladiador que, assim como ele, combatia por um dia de vida a mais. Caso não apresentasse o perfil físico adequado para esses jogos mortais, nosso até então altivo guerreiro bárbaro seria levado às galés, destino também trágico e infeliz, que o transformaria em escravo remador para, com o suor de seus músculos, atuar como força propulsora dos navios de guerra de seus senhores. Tristes e dolorosas sinas.
Opinião
Marcos Kirst: essa dor que estende a vida
É na dor muscular dos remadores das galés romanas que eu penso ao sair da cama
Marcos Kirst
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