Cenário 1: À sombra de um vulcão, no Período Cretáceo, exatos 65 milhões de anos atrás. Venha, madama, não tenha medo, suba aí nesse coqueiro e observe. Eu sou Ugh, meu ancestral direto, um típico homem das cavernas. O dia já amanheceu e eu, Ugh, vou saindo, tacape em punho, da caverna que habito com Agh, a mulher das cavernas minha companheira, com quem tenho os filhos Ughinho, Bambam e Pedrita, para alimentar. A expectativa de todos é de que eu retorne logo trazendo um suculento dinossauro para servir de refeição para toda a família. Ainda não criaram a tele-entrega e nem a língua inglesa para substituí-la por delivery, impossíveis de imaginar antes da invenção das motocicletas, dos telefones para fazer os pedidos e dos motoboys. Só resta mesmo eu, Ugh, empunhar o tacape e ir à caça do primeiro dinossauro que encontrar pela frente e transformá-lo em banquete. Lá vou eu.
Opinião
Marcos Kirst: um dilema ao pé do vulcão
Descobri, aterrado, que os dinossauros acabam de ser extintos em toda a cidade
Marcos Kirst
Enviar email