O refrão da música Quatro vezes você, do Capital Inicial, bem poderia se adequar ao encontro que marca, na noite desta terça-feira, a retomada do projeto Ciranda do Pensamento, no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul: "O que você faz quando / Ninguém te vê fazendo / Ou o que você queria fazer / Se ninguém pudesse te ver". Isso porque o tema desta edição será o Efeito Sombra, abordando um dos arquétipos descritos por Carl Gustav Jung, a Sombra – aquela parte do nosso inconsciente que inclui as tendências e desejos que reprimimos por não se adequarem aos padrões da sociedade.
Nesta primeira edição após quase três anos de interrupção – o último encontro foi em dezembro de 2013 –, os convidados são o filósofo e escritor Gilmar Marcílio, a psicóloga Luciane Farina Fochesato e o psiquiatra Caetano Fenner Oliveira.
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– Falaremos sobre o lado obscuro e o quanto não gostamos de possuir esse "estranho" dentro de nós. Cada escola psicológica e filosófica deu um nome e uma função diferente, mas sempre estávamos falando do mesmo lado responsável pelas distorções da vida em comunidade – diz Fenner.
Ele acrescenta que o cinema ajuda a visualizar melhor esse fenômeno, por isso será usado no debate para mostrar como o "lado obscuro" se torna mais visível na grande tela, a partir de alguns personagens caricatos.
Marcílio, que já participou anteriormente como convidado e como espectador, aplaude a volta do Ciranda, que procura tratar de uma variada gama de assuntos, passando por filosofia, medicina, espiritualidade e comportamento, entre outros, sempre com especialistas de cada assunto.
– É um projeto inovador, de alto conteúdo intelectual e que conseguiu cativar o público – avalia, acrescentando que a retomada ocorreu por solicitação de uma antiga frequentadora.
Quem participar do encontro, com entrada franca, poderá acompanhar a discussão sobre o esse lado escondido do nosso ser, que inclui desde aquele desejo eventual de explodir ou brigar até aquele lado de nossa personalidade que sufocamos por considerarmos inferior.
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Para Marcílio, apesar de ainda aderirmos a muitos comportamentos apenas porque a sociedade nos cobra que seja assim, podemos dizer que vivemos numa época privilegiada, de maior liberdade. Mesmo assim, sempre há o que evoluir.
– Nesse sentido, a filosofia e a história nos mostram que esses conceitos podem ser ultrapassados. Tudo tem seu apogeu e declínio – destaca.
Debate
Ciranda do Pensamento retoma encontros, em Caxias do Sul
Primeira edição desde 2013 ocorre nesta terça-feira, no Ordovás
Maristela Scheuer Deves
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