
A Feira do Livro 2016, que ocorre de 30 de setembro a 16 de outubro na Praça das Feiras e junto à antiga Estação Férrea, terá uma estrutura mais enxuta que as edições anteriores. O número de bancas, que ano passado foi de 47, deve cair para 26 – a prefeitura chegou a anunciar que seriam 40, mas, ante a desistência de grande parte dos livreiros caxienses (e de vários de Porto Alegre) e da perspectiva de baixa nas vendas devido à crise econômica, ocorreu nova redução. Assim, o público que participar da programação irá contar com 17 bancas no setor geral e nove no infantil.
– Mesmo assim, atenderemos a todas as áreas, com uma grande diversidade de livrarias – garante a coordenadora da Feira do Livro e do Departamento do Livro e da Leitura, Daniela Ribeiro, citando entre as novidades uma livraria de Curitiba e uma banca especializada em literatura para o público nerd.
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Segundo Daniela, os ocupantes das 26 bancas já estão definidos, e inclusive haveria interessados em ocupar pelo menos mais sete. Uma ampliação da Feira, com a inclusão desses livreiros, ainda pode ser negociada, porém a tendência é de que o número permaneça como está. O motivo principal é que incluir novas bancas redundaria em mais investimentos na cobertura, sem a contrapartida de oferecer algo novo. Entre oferecer mais do mesmo e economizar, optou-se pelo segundo:
– Temos um número bom de bancas, desde literatura tradicional até segmentada. Será que vale a pena só crescer por crescer? – pondera a coordenadora.
Ela acrescenta que no ano passado já houve uma redução de custos na produção da Feira, e agora o planejado é limitar os gastos a cerca de um terço do valor da edição de 2014. Além da economia na cobertura em relação à programação na praça (pelo número menor de bancas e pela ausência de recortes), o uso da Biblioteca Parque elimina a necessidade de construção de auditório – ao mesmo tempo que, salienta, possibilita atender a mais crianças no Passaporte da Leitura.
Realista, Daniela prevê que o número de livros vendidos este ano caia, porém não credita isso à troca de espaço, como argumentou a Associação de Livreiros Caxienses (Alca) ao decidir não participar do evento. O problema seria, mesmo, a crise econômica vivida pelo país:
– Conforme a Câmara Riograndense do Livro, as feiras estão tendo entre 30% e 50% de queda nas vendas.
A aposta, nesta edição, é nas bancas infantis, que agora representam 34,6% do total, contra 17% ano passado. Não é sem motivo: além de normalmente esse tipo de literatura vender mais de segunda a sexta, em 2016 o número de crianças que circularão pela feira este ano para participar do Passaporte da leitura será mais do que o dobro, 6 mil contra 2,8 mil em 2015.
– Temos de pensar no público – diz Daniela.
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Entre os convidados, de rapper a dramaturgo
A contenção de despesas também se traduz em aproveitar ao máximo a presença dos escritores convidados, reduzindo os custos com diárias. Eduardo Spohr, conhecido pela trilogia Filhos do Éden e que já havia sido anunciado para o Passaporte da Leitura, participará também de um bate-papo.
A portuguesa Margarida Botelho, outra convidada para conversar com o público, fará ainda uma atividade com professores, e Gregório Filho, considerado um dos "papas" da contação de histórias no Brasil, estará na Ciranda de Contação de Histórias e nos bate-papos.
A lista de presenças da Feira inclui ainda nomes como a filósofa e escritora Marcia Tiburi (que esteve em Caxias nas feiras de 2010, 2013 e 2014), o premiado romancista Luiz Ruffato (autor de Eles Eram Muitos Cavalos), e o escritor e dramaturgo Mario Prata (autor de mais de 40 livros, além de telenovelas, minisséries, peças de teatro e roteiros de cinema).
O rapper Renan Inquérito participará de um trabalho de poesia, juntamente com o colega caxiense Chiquinho Divilas. A organização da Feira está ainda tentando fechar outros nomes, incluindo pelo menos um youtuber, além de uma especialista internacional em leitura para bebês.
Atividades paralelas
De fora da programação por não concordar com a mudança de local, os livreiros que integram a Alca irão realizar uma série de atividades paralelas durante o período da Feira. Entre elas deve estar a distribuição de livros na Praça Dante Alighieri.