Quinta Sinfônica leva uma centena de músicos ao palco, em Caxias 

A oportunidade é única: na noite desta quinta-feira, a Orquestra Sinfônica da UCS e a Orquestra Filarmônica da PUCRS, além de quatro dezenas de músicos extras, sobem juntos ao palco do UCS Teatro, em Caxias do Sul, para uma edição mais do que especial do projeto Quinta Sinfônica. Ao todo, serão aproximadamente 100 músicos, sob a regência do maestro Manfredo Schmiedt. O solista convidado é o pianista argentino Fernando Viani, radicado na Suíça.

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– Unimos esforços para fazer algo grandioso, diferente dos concertos oficiais das duas orquestras – resume Schmiedt, destacando que todos os instrumentos foram praticamente dobrados: serão 16 primeiros violinos, 14 segundos violinos, 12 violas, 10 violoncelos, oito contrabaixos, duas harpas...

Graças a isso, acrescenta, será possível apresentar pela primeira vez na cidade a Sinfonia Fantástica, de Hector Berlioz, peça que exige um número maior de músicos e que faz jus ao adjetivo que integra seu nome, em cinco movimentos que vão do amoroso ao fúnebre, do baile à ira, numa espécie de delírio envolvente e complexo.

O repertório do concerto inclui também a sinfonia da ópera Il Guarany, de Antônio Carlos Gomes – uma velha conhecida dos brasileiros, pois há décadas embala a tradicional Hora do Brasil, no rádio. E, como estamos no mês dos namorados, o público poderá conferir ainda Rapsódia sobre um tema de Paganini, de Sergei Rachmaninoff, cuja variação 18 é descrita pelo maestro como "um dos temas mais românticos já compostos".

É justamente na Rapsódia que se apresenta o pianista convidado, em sua primeira atuação no Brasil. Com uma trajetória que inclui 18 anos de estudo na Alemanha, passagens pela Itália e, desde 2012, atuação como professor no conservatório de Berna, na Suíça, ele aposta no trabalho permanente e exaustivo para alcançar a excelência artística.

– Nunca parei de me aperfeiçoar e evoluir como pessoa e como artista. Com certeza o ambiente artístico, sobretudo na Alemanha, onde o nível é muito alto, me influenciou profundamente – diz, destacando ainda o trabalho que desenvolve, há 22 anos, com alunos de todas as idades.

Com toda essa experiência internacional, ele não hesita em avaliar a música clássica sul-americana como "mais viva que na Europa":

– Não conheço a situação no Brasil, já que é a primeira vez que toco aqui, mas na Argentina os concertos estão cheios de gente de todas as idades que participam apaixonadamente. Vejo muito interesse e muita vontade de aprender e desfrutar.

Sobre o espetáculo desta quinta-feira – que teve um "preview", quarta à noite, em Porto Alegre, onde foi apresentado no Salão de Atos da PUCRS –, Viani ressalta o efeito sonoro de escutar tantos músicos tocando juntos. E lembra que, para isso ter se tornado possível, houve uma história e o desejo dos maestros das duas orquestras de se unirem para proporcionar projetos de tal envergadura.

– Esse tipo de trabalho, combinando esforços de maneira solidária por desejo de fazer música, não se encontra muito frequentemente e é extremamente valioso para todos: músico, público e sociedade _ avalia.

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Sinfônica x filarmônica

O maestro Manfredo Schmiedt explica que o termo "filarmônica" vem de "filos", "amigo", sendo usado em geral para designar uma orquestra patrocinada por entidade ou fundação. Já "sinfônica" remete a "grande som", denominando orquestras com maior número de instrumentos.

Agende-se
O que: concerto Quinta Sinfônica, com Orquestra Sinfônica da UCS, Orquestra Filarmônica da PUCRS, músicos extras e o pianista argentino Fernando Viani
Quando: nesta quinta, dia 16, às 20h30min
Onde: UCS Teatro, na cidade universitária, em Caxias
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e idosos), à venda na Loja Spaço Omini (Galeria Universitária), Livraria do Maneco (Centro) e Posto Deltha (em frente à prefeitura) - na tarde desta quarta, restavam poucos ingressos