O texto foi escrito por um Albert Camus (1913-1960) enclausurado nas montanhas do Centro da França, há pouco mais de 70 anos. O mote do claustrofóbico texto d'O Mal-Entendido está na dificuldade que os indivíduos têm de se relacionar uns com os outros.
Confira as últimas notícias de Cultura e Tendências
Reparando bem, dá para perceber como eles ainda têm muito a aprender: contatos mediado por telas de smartphones substituem interações reais e, talvez por isso, a peça escrita pelo francês tenha um caráter contemporâneo. O espetáculo será encenado terça, às 20h, na Sala de Teatro Prof. Valentim Lazzarotto, no Ordovás.
- A peça questiona a incomunicabilidade das pessoas - relata a atriz e produtora, Fernanda Petit.
Na história, um homem parte de uma aldeia para fazer fortuna e depois de um tempo, retorna casado e com filho. Para surpreender a mãe e a irmã, decide hospedar-se na estalagem que elas abriram. Sem ser imediatamente reconhecido, instala-se em um quarto e mostra o dinheiro que portava. Essa sucessão de acontecimentos banais provoca uma tragédia familiar - eis o tal mal-entendido do título.
Como o texto é relativamente previsível - nem mesmo o próprio Camus nutria grandes paixões pela obra -, Fernanda explica que a proposta da montagem foi quebrar um pouco essa linearidade, misturar outros elementos, para dar à peça um pouco mais de mistério. As alterações feitas no texto são, basicamente, de ordem estrutural, propondo mudanças na ordem dos acontecimentos.
A montagem estreou em novembro do ano passado na Capital e voltou a ser apresentada em 2015 pelo grupo intitulado Teatro de Areia - criado especialmente para esse trabalho, com renomados atores da cena porto-alegrense - e é a primeira vez que sai de Porto Alegre.
AGENDE-SE
:: O que: espetáculo O Mal-Entendido
:: Quando: terça, às 20h
:: Onde: Teatro Prof. Valentim Lazzarotto, no Ordovás (Luiz Antunes, 312 - Panazzolo), em Caxias
:: Quanto: R$ 20 e R$ 10 (estudantes, idosos, classe artística e servidores públicos municipais)
:: Duração: 60min
