Seis pares de olhos enigmáticos parecem fitar o visitante no primeiro contato com a exposição Toc! Toc! Abra a porta... As etnias na história de Caxias do Sul - Suas Marcas e Memórias, no Ponto de Cultura Casa das Etnias. Cada uma das faces de crianças estampadas nas seis portas referencia uma origem étnica de alguns dos povos que transformaram Caxias do Sul em uma cidade multicultural, bem como convida o espectador a descobrir a síntese de um pequeno universo naqueles interiores.
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Há preciosidades reproduzidas, como o mapa desenhado pelo historiador João Spadari Adami (1897-1972) com a distribuição dos lotes nos primórdios de Caxias, reproduções de trechos de cartas enviadas por imigrantes, relatos sobre as primeiras integrações culturais - proporcionados pelo desenvolvimento da economia na região -, culminando na diversidade que se tornou a nova realidade social da Serra.
- Quisemos manter as identidades e não padronizá-las, mas trabalhar essas identidades dentro de uma pluralidade. Nenhuma delas se contrapõem, não são opostas. Elas são uma síntese do que somos - explica o coordenador da Casa das Etnias, Iraci José Marin.
Há, também, uma parte mais lúdica, com quatro móbiles interativos para que os visitantes tirem fotografias como pertencentes a uma etnia, dois para adultos e dois para crianças, masculino e feminino. O interessante é que não dá para montar uma escultura "pura", porque todas sugerem uma amálgama.
- A forma de apresentação é um diferencial, porque ela é colorida, tem fotos e conta a história também por meio de objetos - explica a produtora executiva do projeto, Cleri Ana Pelizza.
- Quero ver os adultos brincando aqui - completa Marin.
A casa onde a exposição está instalada integra o antigo complexo da Cantina Antunes - o Ponto de Cultura abrigou o escritório da vinícola fundada em 1865, em Porto Alegre, que chegou a Caxias por volta de 1910, com apogeu entre as décadas de 1930 e 1950. O imóvel de 575m² abriga três salas onde são ministrados cursos de línguas e palestras, além de cozinha com acomodação para 60 pessoas, biblioteca e sala de teatro multiuso com 200m², com capacidade para 100 pessoas e infraestrutura técnica para a realização de atividades de artes cênicas e audiovisuais. A sala de Teatro foi batizada de Miseri Coloni, em homenagem ao longevo grupo teatral surgido em 1980. Para visitar o espaço, é preciso agendamento prévio.
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Tríssia Ordovás Sartori
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