Formada há 21 anos, a banda paulista Hateen nasceu num contexto musical muito diferente do atual.
- Existia uma urgência muito grande nos anos 1990 das bandas fazerem suas próprias músicas. Hoje em dia eu sinto que muita gente tem estudado música e aprendido a tocar para montar banda cover, que é uma coisa que eu achei que já tinha sido superada, mas as baladas estão lotadas de banda cover. Rebeldia já não é mais ligada ao rock, é botar funk cheio de palavrão no último volume e sair por aí. Para nós, era tocar guitarra alto e falar sobre nossas angústias - diz Rodrigo Koala, vocalista do Hateen, atração neste sábado no Marechal Rock Bar (Marechal Floriano, 1.187), em Caxias.
O músico também acredita que o consumo de música se tornou bem mais volátil com a internet.
- Internet tornou todo mundo preguiçoso. Lembro que eu, muitas vezes, chegava nas lojas de disco e pedia tal estilo, levava discos sem nem conhecer a banda. Comprava e aprendia a gostar, aprendia a admirar. Nós aprendemos a devorar música de um jeito diferente, a molecada de hoje aprendeu a cuspir música. O desprendimento é muito maior, o interesse está muito disperso - critica ele.
No repertório do show em Caxias, o Hateen mostra canções dos cinco discos, em especial do último trabalho, Obrigado Tempestade (2011). A abertura fica por conta de Hesh, Hymans e Antibus, a partir das 23h. Ingressos antecipados a R$ 25, à venda na Kactus Camisetas (shopping Triches), Badu Laks e Marechal Rock Bar. Na hora, R$ 30.
Show
Vocalista do Hateen, atração em Caxias sábado, analisa cenário roqueiro
Banda se apresenta no Marechal Rock Bar
Siliane Vieira
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