Se no primeiro Vingadores (2012) metade do filme era ocupada com o recrutamento de cada um dos seis heróis da Marvel que compõem o time, a sequência que os cinemas recebem em pré-estreia nesta quarta já começa com o bicho pegando.
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Eles já surgem em cena lutando juntos. O entrosamento fica nítido e, num primeiro momento, o espectador nem se preocupa muito em descobrir o que exatamente o grupo está combatendo; já que está empolgado demais ao ver Capitão América (Chris Evans) e Thor (Chris Hemsworth) usando com destreza aquele truque de bater a marreta no escudo, ou Viúva Negra (Scarlett Johansson) ninando Hulk (Mark Ruffalo) para acalmá-lo ao fim da batalha - sim, rola um clima de amorzinho ali. Aquele enquadramento clássico dos seis heróis alinhados no mesmo plano, que surgiu quase no fim do primeiro filme, aqui já é mostrada na abertura.
O novo formato da antiga Stark Tower também enche os olhos. Agora é ali que funciona a sensacional Torre dos Vingadores - com paredes e pisos de vidro transbordando experimentos com inteligência artificial. Também é ali que o Homem de Ferro vai criar o grande vilão de Vingadores 2, numa tentativa de proteger a terra. Mas é claro que algo ia dar errado e o mundo sucumbe a Ultron. Irônico que o "monstro" ganhe vida justamente pelas mãos do cara que diz "não confio em quem não tem um lado sombrio".
Pois o lado sombrio de Ultron é, infelizmente, maior que todos os outros. Cabe aqui ressaltar a interessante referência usada pelos roteiristas para definir o monstrengo como uma espécie de Pinóquio do mal. "Eu vim aqui fazer um show/Boneco eu sou, mas sou assim/Quem quiser me examinar/Não há cordões em mim", canta Ultron, lembrando o tema I've got no strings, da clássica animação infantil de 1940.
Exibindo uma aparência inicial meio esquisitinha - sabe os alienígenas do filme Distrito 9? -, não demora para que Ultron se torne uma ameaça real e poderosa para o mundo. Ainda mais quando dois desajustados com superpoderes se unem a ele. Vingadores 2 marca a estreia não tão empolgante dos gêmeos Wanda e Pietro Maximoff, que se tornarão Feiticeira Escarlate e Mercúrio. "Ele é veloz e ela é esquisita", alguém define a dupla com sabedoria. De fato, a interpretação de Elizabeth Olsen, fica aquém das demais atuações do longa e torna sua feiticeira um pouquinho forçada nas caras e bocas.
Os gêmeos logo descobrirão os planos malignos de Ultron e passarão para o lado dos Vingadores. Mas o time só ficará fortalecido quando Visão, um novo androide vermelho, poderoso e cheio das frases de efeito, surgir para lutar ao lado os heróis. Tentando libertar a Terra dos planos de Ultron (que parece querer mesmo tocar o terror e mandar tudo para o espaço), os Vingadores se tornarão heróis mais humanos. As cenas da batalha final mostram o contato deles com pessoas comuns, na evacuação de uma grande área urbana para conseguir seguir com a luta.
Há tantos elementos em Vingadores 2 que até o roteiro tira sarro disso. "A cidade está voando e eu estou lutando contra robôs com um arco e flecha, nada disso faz sentido", diz Gavião Arqueiro numa conversa nonsense com ele mesmo. Aliás, as tiradas engraçadinhas da sequência estão ainda melhores do que no primeiro longa da série. Junte a isso as grandiosas cenas de ação e fortaleça seu amor pela franquia, que continua apostando no que deu certo antes, inclusive com a manutenção de Joss Whedon na direção.
Cinema
"Vingadores: Era de Ultron" tem pré-estreia nesta quarta
Siliane Vieira
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