Período de exuberante crescimento para as artes, o barroco terá parte de sua desenvoltura musical tratada nesta quinta-feira, no UCS Teatro, por dois especialistas. O maestro Diego Schuck Biasibetti, regente da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul (Osucs) para o concerto das 20h30min, e a solista Gabriella Di Laccio construíram seu embasamento acadêmico no berço do movimento, a Europa.
- Foi o barroco que mais me influenciou a sair do país para estudar - diz Biasibetti, com formação na Escola Superior de Artes de Bremen, na Alemanha, em violoncelo barroco e viola da gamba.
Gaúcha radicada na Inglaterra desde 2001, Gabriella é pós-graduada em música antiga e performance em ópera pelo Colégio Real de Música, em Londres.
- Acho que a grande importância do barroco, dentre tantas, foi o surgimento da ópera - atesta a soprano.
Conhecido pelo rebuscamento, tanto nas composições musicais - como as de Johann Sebastian Bach (1685-1750) - quanto nas formas arquitetônicas - como as do Palácio de Versalhes, por exemplo _ , o barroco configurou-se entre fins do século 16 e meados do século 18 como uma época de forte dualidade entre os planos terrestre e celestial, estabelecendo uma fissura entre ciência e religião, já evocada no Renascimento.
- As artes neste período andavam mais ou menos juntas, cada uma influenciou a outra. Foi um período em que nos libertamos de mitos, como o do que o mar acabaria e seríamos tragados por um buraco - diz o maestro.
Para o concerto, foram escolhidas aberturas e árias de óperas de Henry Purcell (1659-1695), Antonio Vivaldi (1678-1741), Georg Friedrich Handel (1685-1759) e Jean Phillipe Rameau (1683-1764), uma oportunidade de o público perceber as sutilezas musicais distintas do período em diferentes países como Inglaterra, Itália, Alemanha e França.
- Vivaldi é aquela coisa agitada, alegre; Handel e Purcell são mais contidos, e Rameau é o mais fantasioso deles - atesta Biasibetti.
Para Gabriella, é um repertório de fôlego. Durante uma hora, estará cantando aquilo que ela considera o jazz da época, já que o barroco, apesar de seguir regras de harmonia, abria espaço para o improviso.
- Há muito exagero de drama, emoções expressadas ao extremo, o surgimento da ópera passou a ser a televisão da época.
Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 e estão à venda na Livraria do Maneco (Marechal Floriano, 879 e Cidade Universitária).
Concerto
Osucs revive a música barroca nesta quinta-feira, em Caxias
Formação se apresenta no UCS Teatro
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