Baseada no livro de Nelson Motta - Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia - a cinebiografia que chega aos cinemas nesta quinta retrata a vida de um dos principais cantores da música brasileira. As 2h20min do filme vão fazendo sentido à medida que a história se desenrola. Além de contemplar todos os principais movimentos da vida de Tim Maia - a fase Jovem Guarda com o The Sputniks (ao lado de um Roberto Carlos tão pé rapado quanto ele); a ida a Nova York, as prisões, o sucesso, a fase Racional, as drogas - os roteiristas procuraram respiros para que o espectador se aproximasse de detalhes. Vemos um Tim entristecido por ser um "mulato sem vez", um Tim que desdenhou os baluartes da bossa nova ("é muito acorde!") e um Tim que preparava receitas cura-ressaca misturando ingredientes dos mais esdrúxulos no liquidificador.
Dois atores dividem-se no papel principal. Robson Nunes (que havia interpretado o cantor no programa Por Toda a Minha Vida) é o Tim Maia jovem, mais inocente, que fazia a "gentileza" de dar fim em salgados adormecidos nas lancherias da Tijuca. Esse garoto viu o amigo Roberto Carlos (vivido por um George Sauma meio caricato, mas tem como ser diferente em se tratando do Rei?) despontar em carreira solo, enquanto ele seguia amargando tempos difíceis. Quando Tim Maia aparece mais velho, a história fica mais intensa. Babu Santana está visivelmente entregue ao papel - a caracterização é surpreendente - com destaque para a recriação do linguajar típico do malandro ("pausa para o baurete") e para as cenas mais dramáticas de abandono.
O longa é dirigido por Mauro Lima (de Meu Nome não é Johnny).
Síndico na telona
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