Com o surgimento dos contraceptivos hormonais na metade do Século 20, ficou mais fácil, para as mulheres, separarem sexo e reprodução. Segundo o neurocientista e professor da UCS Lucas Fürstenau de Oliveira, responsável pela disciplina de Psicologia Evolucionista, a atividade sexual tem duas finalidades na espécie humana: reprodução e obtenção de prazer.
Embora a monogamia seja natural na espécie humana, não é o único padrão existente.
- Com relação à reprodução, nosso padrão comportamental é a monogamia sequencial, em que se costuma ter o mesmo parceiro por vários anos. Com relação à obtenção de prazer, parece haver menor tendência à monogamia, levando-se a um maior número de parceiros. Sendo assim, poderíamos sugerir que vários de nós tendem mais ao padrão monogâmico sequencial, enquanto outros tendem ao segundo tipo de comportamento - explica.
Oliveira ressalta que existem diferenças muito bem estudadas entre homens e mulheres, mas principalmente no aspecto sexo-para-reprodução.
Homens tendem a preferir mulheres com indicadores de altos níveis de estrogênio, como seios maiores, quadris mais largos e feições mais delicadas. Já mulheres tendem a preferir homens com indicadores de níveis altos de testosterona, como queixo largo. Entre elas, há também uma tendência para escolherem homens com ombros mais largos.
- A interpretação é que, no passado, ombros largos estariam associados a habilidade de caça; na prática, mulheres ainda selecionam "bons caçadores" (por mais tosco que isto pareça e para horror dos antropólogos/sociólogos) - explica..
As escolhas femininas mencionadas acima são relevantes para que se selecione o parceiro para ser o pai biológico da criança. O pai responsável pela criação pode ser outro (mesmo que ele não saiba), e, neste caso, as qualidades buscadas são estabilidade emocional e financeira, bem como disponibilidade para dar suporte.