Mistura de ritmos marca segunda noite de MDBF

Ainda era dia e as pessoas chegavam tímidas enquanto O Lendário Chucrobillyman - já consolidado com um dos grandes nomes desta edição do MDBF (foto abaixo, de Carolina Klóss) - se encarregava da recepção no All Aboard Stage. Demorou um pouco para o pessoal começar a se aglomerar, o que pode ter resultado no atraso da maioria dos shows. Mas o clima musical e festivo falou mais alto e não se viu ninguém cobrando horário. A diversão foi mais importante, como deveria ser.

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No palco Principal, a primeira atração funcionou mais como um aquecimento para o resto da noite, que prometia muito. O chileno Gonzalo Araya (foto abaixo, de Juan Barbosa) e a banda argentina Nico Smoljam Band fizeram um show balançado, responsável por começar a aglomerar público em frente ao maior palco do Festival.

O angolano Nuno Mindelis (foto abaixo, de Porthus Junior) foi da mesma forma surpreendente e levantou quem estava sentado. Interagindo muito com o público, ele mostrou uma mistura fina de ritmos. O resultado foi um show roqueiro até o osso e sem levadas arrastadas ou melancólicas, dignas do estilo que rege o Festival.

Depois de quatro shows - dois ontem e dois hoje - no All Aboard Stage, Chucrobillyman conquistou de vez o público com uma aparição lendária, com o perdão do trocadilho, no palco Principal (foto abaixo, de Porthus Junior). A máscara de macaco/gorila que escondeu o rosto do artista integrou-se completamente ao conceito primitivo de som que ele mostrou. Ver o público ovacionando este one man band brasileiro só provou que, numa próxima edição, ele deve ocupar o palco Principal.

Antes de falar sobre o último grande show da noite, há de se reverberar a total sintonia entre o palco Principal e o Truck Stage, localizado bem em frente, porém, na outra extremidade da Estação. Chegou a ser bonito de se ver o balé das pessoas indo de um lado para o outro, assim que acabava um show e se iniciava mais um. E por falar no Truck, também conhecido como Carreta, Fran Duarte & Banda (foto abaixo, de Porthus Junior) foram responsáveis pelo grande show do palco nesta sexta. A participação do grupo Zingado, quebrando tudo na batucada, só mostrou como a liberdade de sonoridades pode resultar em coisa boa.

Para fechar a noite no palco Principal, o norte-americano Junior Watson, um dos maiores nomes do west coast blues, homenageou o Brasil com Garota de Ipanema. Mas não ficou nisso, também passeou por sons latinos, como uma versão inspirada de La Cucaracha. Além desses momentos de brincadeira com bossa nova e salsa, o blues comeu solto e de forma bem tradicional. Com a sempre competente Igor Prado Band como banda-base, com baixo acústico e saxofone, o último show deixou vontade de ver mais. Fica para este sábado.