Ao contrário dos pais e avós, a meninada de Caxias do Sul tem acesso a livros infantis fortemente influenciados pelos aspectos regionais. Essa proximidade apenas reforça a importância do debate sobre a responsabilidade e cuidado quando se escreve para crianças.
Escritores concordam que é necessário amadurecer ideias e propostas em Caxias. Esse questionamento se deve ao aumento das vendas, que atraiu novos autores infanto-juvenis. Mas se alguns apostam na literatura enquanto arte, outros enxergam o público como nicho de mercado.
- É preciso observar como as informações vão atingir as crianças. Ao contrário do adulto, elas não têm uma visão sacralizada - explica a professora de Literatura da Universidade de Caxias do Sul Cecil Zinani.
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Tal desafio instigou a jornalista Alessandra Rech a criar sua primeira obra infantil: O Sumiço do Canário. A publicação será lançada às 11h deste sábado na Feira do Livro. Doutora em Letras, Alessandra entende que o leitor não pode ser visto apenas como receptor. Ela aposta no conceito dos finais que precisam ser inventados, ao contrário das fábulas tradicionais.
- Não posso pensar a criança como um adulto pequeno, infantilizar uma imagem, seria limitar a ousadia e liberdade. A obra tem valor e amplitude quando permite várias camadas de leitura - sintetiza.
A história da literatura infantil mundial possui duas fases. A primeira delas remonta às histórias orais. Os primeiros livros apareceram somente no século 17, e o marco inicial é atribuído a Charles Perrault, conhecido por obras como Cinderela, A Gata Borralheira e O Gato de Botas.
Posteriormente, surgiram as histórias assinadas pelos Irmãos Grimm, Lewis Carrol e Hans Christian Andersen. No Brasil, Monteiro Lobato é considerado um dos pioneiros. Sua primeira publicação, Narizinho Arrebitado, até hoje chama a atenção da garotada.
Como escrever para crianças é muito difícil, nem todos os autores se arriscam. Alguns escritores consagrados, porém, alcançaram reconhecimento também com obras infantis.
Entram nesse rol nomes como Adélia Prado, João Ubaldo Ribeiro, Clarice Lispector, Érico Veríssimo, Pablo Neruda, Mário de Andrade, José Saramago e Jorge Amado, todos facilmente encontrados nas barracas da Feira do Livro.
Cultura
Feira do Livro é uma ótima oportunidade para conhecer as histórias infantis criadas em Caxias do Sul e região
Produção em alta reforça a importância da abordagem quando se trata de literatura para crianças
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