Filho do então-prefeito de Caxias em 1982, Mansueto Serafini Filho, o colunista do Pioneiro Marcio Serafini tinha nove anos naquele 23 de outubro, quando a Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima abriu oficialmente as portas:
Quase minha Casa
Inaugurações são minhas lembranças marcantes de 1982, ao lado da derrota do Brasil para a Itália e das eleições gerais de governador a vereador. Guri pra lá de metido, como comprova a foto acima, fiz questão de estar presente em todas as cerimônias que pude - escolas, creches, parques, Faxinal e, claro, a Casa da Cultura. De preferência, junto à fita, o mais próximo possível do pai que completava seu sexto e último ano de primeiro mandato.
Assim conheci parte da cidade, levei afagos na cabeça e descobri algo que meus discos de vinil e as rádios da época não revelavam: a magnitude de um concerto. Aos nove anos, fiquei simplesmente maravilhado com a apresentação da Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul (Osca) na inauguração da Casa da Cultura, no teatro municipal com cheirinho de novo.
Voltei muitas vezes à Casa de Cultura nos anos seguintes, principalmente nos três (pelo menos naquela época eram três) andares da Biblioteca Pública, caderno e lápis à mão. Os pedidos do colégio, que meu filho Arthur hoje busca com o mouse, eu pesquisava nas prateleiras. Levei xingão do porteiro por descer as escadas correndo, fiquei preso no elevador depois de apertar o botão de emergência. Era como se eu me sentisse um pouco dono daquele lugar. Afinal, ao entrar ou sair, olhava com indisfarçável orgulho para a placa de inauguração, um nome em especial.
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