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O local hoje é imediatamente associado à sede do Cartório Eleitoral de Caxias do Sul, mas, até meados da década de 1970, o majestoso prédio da Rua Garibaldi, entre a Bento Gonçalves e a Pinheiro Machado, concentrava a produção da lendária Malharia Salatino.
Fundada em 1946 pelo empresário Salvador Salatino, a fábrica produzia as mais variadas peças em lã (casacos, blusas, mantas, pulôveres, cardigans, gorros, coletes), além de maiôs e calções para banho. Funcionando inicialmente na esquina das ruas Pinheiro Machado e Dr. Montaury, – onde também situava-se a sede da Malharia Caxiense –, a empresa mudou-se para o moderno ponto erguido na Rua Garibaldi por volta de 1950.
Foi quando a produção deu um salto, estampando diversas publicações e tendo a Festa Nacional da Uva como uma de suas principais vitrines.
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A Metrópole do Vinho
Lançado às vésperas da Festa da Uva de 1958, o álbum Caxias do Sul - A Metrópole do Vinho, do jornalista Duminiense Paranhos Antunes, destacou o empreendimento.
Naqueles tempos, a Salatino disputava a preferência dos consumidores com outros ícones do setor, como as malharias Jane, Nilza e Americana, as tecelagens Panceri, Marisa, Scavino Bertussi e Nossa Senhora de Pompéia, e os lanifícios Gianella e São Pedro, em Galópolis.
“Composta de mais de 40 teares, entregues a competentes tecelãs, com um número superior a 150 empregados, a Malharia Salatino se recomenda não só como a principal casa de malhas em Caxias do Sul como também pela variedade e qualidade dos artigos de sua fabricação”.
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A malharia e as misses
Nas imagens desta página, alguns momentos da trajetória da empresa, com destaque para a visita da Miss Brasil 1957, Therezinha Morango, ao estande da malharia na Festa da Uva de 1958 (acima). Ela aparece junto aos diretores Salvador e Clóvis Salatino e ao arquiteto Heitor Curra Filho (ao centro).
Três anos antes, em 1955, Martha Rocha, Miss Brasil 1954, também circulou pelas dependências da malharia, ciceroneada pelo empresário Carlos Caetano Pettinelli. A badalada visita estampou uma página inteira do Pioneiro em 28 de maio de 1955 (fotos abaixo).
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A direção
Conforme a publicação Caxias do Sul - A Metrópole do Vinho, de 1957, a malharia mantinha um corpo de representantes comerciais espalhado por todo o país.
“Girando sob a razão social de Salatino & Cia e dirigida diretamente pelos irmãos Reinaldo e Clóvis Salatino, com a supervisão de seu fundador, senhor Salvador Salatino, pai daqueles e um experimentado conhecedor do ramo, a Malharia Salatino é um estabelecimento que honra o parque industrial caxiense”.
Abaixo, um anúncio de Boas Festas da Malharia Salatino veiculado no semanário Caxias Magazine, em 1968. Detalhe: apesar de estar identificada com o prédio da Rua Garibaldi, a fábrica tinha como endereço a Rua Pinheiro Machado, 2.105.
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O fundador
Filho do imigrante italiano Antônio Salatino, natural da Calabria e chegado ao Brasil em 1892, Salvador Salatino também foi um dos fundadores, em 1936, da antiga Malharia Caxiense, localizada na esquina das ruas Dr. Montaury e Pinheiro Machado (foto abaixo).
O anúncio, publicado no Álbum Comemorativo do 75º Aniversário da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul, de 1950, destaca ainda a figura do também sócio-fundador da Malharia Caxiense, Carlos Mutti.
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