Lindolfo Lourenço da Silva é lembrado com especial consideração pelos antigos moradores de Galópolis. Atuando como guarda, Lindolfo marcou época nas décadas de 1940 e 1950, auxiliando na segurança da comunidade. Seu trabalho noturno garantia a tranquilidade do público que frequentava as sessões do Cine Operário, as atividades do Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos ou simplesmente passeava pela praça.
Lembranças do Cine Operário de Galópolis
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A moradora Rosalinda Fontana, 87 anos, recorda que Lindolfo inspirava confiança e sua presença era garantia de muita paz. Elzio Tisott, 69 anos, lembra do respeito que o guarda transmitia com seu trabalho de vigilância. Já Agostino Fontana, 80 anos, destaca a indumentária de Lindolfo, que costumava andar com uma capa preta, seguidamente acompanhado do cachorro Sultão.
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Na imagem abaixo vemos Lindolfo com a mulher, Assunta Marchi, e o afilhado Geraldo Nicoletti Orlandi, em 1951. Acima, um dos raros flagrantes de sua atividade. Lindolfo aparece fardado, em meados da década de 1950. Ele faleceu em 6 de novembro de 1962, aos 59 anos.
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Afeição pelos cães
Conforme a neta Claudete Lourenço de Oliveira, 71 anos, Lindolfo nasceu em Osório em 16 de agosto de 1903. Ela recorda que o avô gostava bastante de cachorros, tanto que um dos companheiros de suas rondas noturnas era o cão Fiel. Claudete também acabou adquirindo a afeição pelos animais. Aos 20 anos, por exemplo, deixou-se fotografar com um de seus primeiros mascotes (foto acima).
Claudete contabiliza que 26 cães já conviveram no seu ambiente familiar – hoje, possui apenas oito. Profissionalmente, ela trabalhou na Vinícola Riograndense entre 1965 a 1980. Nesse período, orientou muitas visitas de turistas, que vinham conhecer a empresa fabricante dos famosos vinhos Castelo e Granja União.
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O Comissário de Menores
O morador Agostino Fontana relata que na época em que Lindolfo fazia a ronda noturna não havia consumo de drogas como atualmente. Posteriormente, Fontana passou a exercer a função de Comissário de Menores (carteira reproduzida acima). As ocorrências, segundo ele, limitavam-se a pequenas algazarras, sem potencial lesivo. Entre 1962 e 1988, Fontana trabalhou com os juízes Cristovão Daielo Moreira e Marino Kury.
Um dos momentos mais lembrados por ele foi quando obteve um lote de cobertores junto ao empresário Alfredo Sehbe. O material foi doado pelo Lanifício Sehbe para atender às necessidades de meninos albergados.
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Informações desta coluna são uma colaboração do repórter fotográfico Roni Rigon.