No último fim de semana, o Almanaque publicou reportagem sobre um novo formato de radionovela: os audiodramas gravados como Podcast e depois compartilhados no Spotify. Mas em Canela tem um grupo resgatando a radionovela tal qual ela se popularizou nas décadas de 1940 e 1950. Capitaneado pela atriz e diretora Lisi Berti (à frente, na foto), o projeto teve início com entrevistas realizadas com personalidades femininas de destaque na cidade, por conta do mês da mulher. Assim, Lisi chegou ao nome de Roma Vaccari que, prestes a completar 90 anos, relembrou seus tempos de escritora para radionovela e teatro.
Leia mais:
Saiba o que é áudio drama, formato que tem invadido o mundo dos podcasts
Conheça áudio dramas que fazem sucesso no Brasil
Apesar do formato consolidado, cenário do áudio drama ainda é pequeno no país
– No fim, acabamos pegando um texto da Dona Roma (O Escravo), escrito em 1947, e gravamos uma nova radionovela, que foi ao ar no último domingo (pela Rádio Clube AM 1320). Fez muito sucesso, com grandes picos de audiência, recebemos mensagens de muitas pessoas, inclusive de outras cidades – comemora Lisi.
A primeira gravação contou com a participação de sete personagens, atores convidados e alunos do estúdio de pesquisa teatral Cia Lisi Berti. Ontem, quando falou com a coluna, a atriz iria entrar novamente em estúdio. Desta vez para se aventurar num western chamado Amor, Trapaças e Duelos. A atração irá ao ar no próximo domingo, às 14h, horário que a Rádio Clube de Canela reservou para esse retorno das radionovelas.
– Não são capítulos da mesma história, a cada semana apresentaremos um texto novo, com tempo máximo de meia hora. Outra diferença é que não fazemos ao vivo. Gravamos as vozes e a edição e trilha também são feitas com as possibilidades tecnológicas de hoje – compara a atriz.
A primeira transmissão deu tanta repercussão que a equipe recebeu até alguns textos com a intenção de serem gravados também. Como a rádio é AM, o projeto de resgate das radionovelas acabou animando um nicho específico de ouvintes.
– Movimentamos a comunidade mais antiga, moradores da área rural, tem toda uma questão de valorização dessa memória – justifica Lisi, que também vive uma atriz de radionovela no teatro, numa das esquetes da peça Fossa Nova.
:: OUÇA: Apesar de seguir os moldes de uma radionovela de antigamente, inclusive preservando diálogos com termos como “outrora” ou conjugações como “dizei-me quem sois”, as radionovelas da Rádio Clube também estão sendo compartilhadas via Spotify. Você pode acessar o primeiro episódio, O Escravo, no endereço http://bit.ly/oescravo.
Leia também:
Caxiense Instituto Quindim estará representado em encontros na Espanha, em Portugal e na Itália
Drama japonês indicado ao Oscar 2019 estreia em Caxias nesta quinta
Documentário utiliza música para ecoar presença afro em Caxias