Desde 2010, quando lançou o longa Léo e Bia, o compositor Oswaldo Montenegro passou a ser reconhecido também como cineasta e como um curioso do universo audiovisual. No Festival de Gramado, ele mostrou o filme A Chave do Vale Encantado, sua primeira incursão pelo cinema infantil. O filme, no entanto, remete a uma história criada por ele ainda nos anos 1980 e cuja inspiração vem da literatura.
– É a primeira vez que eu escrevo para crianças e talvez tenha sido a única. Minha formação nisso não foi de filme, foi de Monteiro Lobato. Eu passei uma infância louco porque não existia o Sítio do Pica-Pau Amarelo na verdade, eu ficava p* que não existia, ficava deprimido (risos). Essa história veio da ideia da desconstrução, minha ideia é sempre uma brincadeira despretensiosa no sentido da confecção da narrativa – disse, à coluna.
Depois de ser apresentado para estudantes e professores, o filme acabou sendo exibido durante a noite de quarta (mesmo fora de competição), no lugar de O Banquete, retirado da mostra de longas brasileiros. Ao apresentar o filme, Oswaldo dedicou a exibição à ex-mulher Madalena Salles, que interpreta a vovó na história e estava presente na sessão.
– Nos separamos, viramos amigos, depois irmãos, este ano nasceu o nosso neto. Esse filme é um filme de avô. Ela (Madalena) é a grande razão de eu estar aqui e não ter ido para o hospício. Vim aqui dizer que este é um filme de afeto, e de avô, e dedicado completamente para a vovó.