Nesta sexta-feira (27) chegamos a 10 anos da tragédia que vitimou, diretamente, mais de 800 pessoas e suas famílias e, indiretamente, uma sociedade inteira. Chegamos até aqui sem uma resposta sobre a responsabilização pelo que aconteceu. Inacreditável, inadmissível, vergonhoso. Podemos escolher, entre tantos, um adjetivo ou vários. O que não podemos fazer é deixar de questionar e, principalmente, de nos indignamos. E por que, passada uma década, ainda falarmos nisso? Porque a resposta na seara da Justiça não veio e não há previsão de quando virá. Após um júri anulado, no ano passado, uma sequência de recursos deve protelar o caso e um novo julgamento, sem data definida, deve ser realizado. Porque na esfera política, a Lei Kiss, de prevenção a incêndios, veio de forma tão rápida quanto foi descaracterizada depois, com uma série de flexibilizações. E porque esquecer é condenar a humanidade a uma repetição.
10 ANOS DA TRAGÉDIA
Opinião
É sobre nós
No dia em que se completam 10 anos do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, repórter que participou da cobertura jornalística reflete sobre uma década sem respostas