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E quem disse que inovação é só papo de empreendedor? Pois então, o Carnaval de Caxias também investe na sua porção inovadora.
É que a Associação Cultural Esportiva São Vicente, agremiação carnavalesca com sede no bairro Jardelino Ramos, revela que terá pela primeira vez uma rainha de bateria transgênero, a artista e educadora social Yan Scherer, 30 anos.
— Eu esperava todos dormirem para ligar a TV, via a Globeleza e tentava imitar. O tempo passou e, hoje, ser a primeira mulher trans rainha de bateria no Carnaval de Caxias do Sul me aquece o coração e também me assusta. Ocupar esse espaço é um ato de protesto: vivendo no país que mais nos mata, eu vou ser rainha! Que eu seja a primeira, mas não a última, abrindo as portas para todas as que estão vindo — comenta Yan, que utilizará no desfile uma fantasia em homenagem à Iansã, orixá guerreira associada aos ventos e às tempestades.
O desfile ocorrerá no dia 8 de março, a partir das 20h, na Rua Plácido de Castro, quando a São Vicente apresentará o samba enredo O quilombo que nunca se calou, em homenagem ao continente africano.
Rua Plácido mais colorida
A escolha da educadora social para o posto de rainha de bateria se deu por meio de uma parceria da Associação Cultural Esportiva São Vicente com a ONG Construindo Igualdade, entidade com mais de 20 anos de atuação em prol da comunidade LGBTQIA+ de Caxias.
Além da presença de Yan, a ONG promete colorir de arco-íris a Rua Plácido de Castro: uma das alas no desfile da São Vicente será formada exclusivamente por pessoas LGBTs.
Durante o mês de fevereiro, a entidade também fará encontros sobre diversidade com os integrantes da escola de samba.