“Eu não posso esperar e ver tudo explodir / Quero mais é lutar, tenho que prosseguir / A caminho da paz, solto dentro da imaginação”. Os versos são da canção Nosso Lado Animal, de Fughetti Luz, nascido logo ali em São Francisco de Paula e considerado um dos ícones do rock gaúcho.
Na toada dessa lírica inspiração será celebrado um sarau em homenagem ao produtor e agitador cultural Claudio Troian, que morreu em 30 de outubro, em Caxias do Sul.
A função vai rolar nesta segunda-feira (25), às 19h30min, na Livraria e Café Do Arco da Velha, durante a 458ª edição do Órbita, uma das tantas criações devotadas ao Tróia, como carinhosamente ele era tratado pelos amigos.
Sem nenhuma cerimônia, o encontro é aberto aos orbitantes dessa e de outras estações. O convite é direto e claro: participa quem quiser, emprestando sua arte, sua presença, sua música, sua palavra navalha ou verso caviar.
Tróia, o inclassificável, transitava com a mesma naturalidade entre os hippies, os punks e os rajneeshees, ora desfilando em vernissages de galerias de arte, ora desafiando os entraves, os estorvos e as burocracias que atravancam o caminho dos artistas.
Tróia era uma figura presente nos eventos culturais nos quatro cantos da cidade. Vaidoso, seja trajando terno, gravata e chapéu, ou calça jeans desbotada e camisa estampada, o tênis All-Star sempre lhe caía bem.
Como produtor cultural Tróia abriu caminho para o surgimento de novos escritores, novos realizadores cinematográficos, novos músicos, novos artistas visuais, enfim, agitou o coreto, construindo pontes de poesia aqui e acolá.
No material de divulgação do sarau, Erni Sabedot, amigo e um dos fiéis escudeiros do Tróia, escreveu:
“Claudio Troian, partiu para o universo das estrelas como alma livre que sempre foi e, com a sua partida, fica a saudade, a grandiosidade da pessoa e seus ensinamentos que nos emocionam quando pensamos na sua partida. Contudo, lembrar dos seus humores, das suas cores e criatividade nos fortalece e nos dá forças para prosseguir com fraternidade, alegria e o pulso sempre firme que sempre demonstrou para impulsionar as pessoas, as artes e a cultura”.
Bonito, né, Troia!