O projeto Julho das Pretas, aprovado quinta-feira na Câmara de Caxias, além do que propõe objetivamente para evidenciar o protagonismo das mulheres negras, oportunizou e abriu um importante debate sobre ver ou fechar os olhos à realidade como ela é. Há um debate de fundo que distingue a realidade como ela é de como a percebemos. Ao mesmo tempo, existem fatos com o seu inerente grau de objetividade. O debate na Câmara demarcou os que defenderam que todas as pessoas são iguais e assim devem ser tratadas sem distinção, e a maioria – ainda bem –, que soube identificar o contexto, a vida real, a evidência de que neste país há racismo e há machismo. E, havendo essas condições, fica explicitada a desigualdade de oportunidades, a escalada de dificuldades, de obstáculos e até da segregação e da violência, aplicadas mais sobre uns e umas, especialmente mulheres negras, e não sobre outros.
Cenário nacional
Opinião
A realidade como ela é
O projeto Julho das Pretas, além do que propõe objetivamente para evidenciar o protagonismo das mulheres negras, oportunizou e abriu um importante debate sobre ver ou fechar os olhos à realidade
Ciro Fabres
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