** Mateus Frazão substitui interinamente o titular da coluna, Ciro Fabres
O vereador Zé Dambrós (PSB) reiterou cobranças ao prefeito Adiló Didomenico (PSDB) sobre a situação do quartel do Corpo de Bombeiros da Zona Norte na sessão desta terça-feira (8). O socialista questionou o interesse da administração em recuperar a estrutura. Lembrou de mutirões realizados para limpeza e organização do espaço, articulações com o governo do Estado e município e a promessa do prefeito em agilizar o processo de reforma. A agilidade, entretanto, não estaria sendo cumprida, de acordo com Dambrós:
— Falta levantamento e falta encaminhar a Porto Alegre para uma PPP. E nós estamos há 90 dias sem o projeto da reforma. (...) E eu pergunto: qual a prioridade deste governo? (...) Se não sair o Quartel é incompetência de quem? (...) Então, pelo amor de Deus, prefeito, em 15 dias o projeto da reforma no Quartel de Bombeiros. Para que (no futuro) a comunidade não diga: o culpado foi a prefeitura de Caxias do Sul.
Chama atenção o protagonismo de Dambrós em assumir a oposição ao governo, pelo menos nessas primeiras sessões.
Oposição inesperada
Além de Dambrós, Juliano Valim (PSD) também se manifestou de maneira mais enfática com críticas à administração ao comentar preocupação com região de risco do bairro Serrano:
— A gestão deixa a desejar, o prefeito esteve na Vila Sapo e se comprometeu perante mais de 100 pessoas, quando deu o último incêndio, que iam ser tomadas atitudes urgentes para, após, acontecer a revitalização daquele local. Hoje, se ocorrer um incêndio queima mais de 50 residências. Mostra-se que não existe preocupação com a vida das pessoas, não existe um retorno, falta gestão — disparou.
As críticas na sessão se estenderam para a insatisfação com programa de pavimentação comunitária, pontuadas por Valim, Rafael Bueno (PDT), Dambrós e Clóvis Xuxa (PTB)
"O diálogo não acontece"
Repercutiu a matéria do Pioneiro, publicada nesta terça, que trata dos planos da prefeitura em reformar o complexo da Maesa antes de conceder o espaço via parceria público-privada (PPP). O presidente da Frente Parlamentar "A Maesa é Nossa", vereador Rafael Bueno (PDT) foi um dos que questionou a postura do município frente às discussões para a ocupação do complexo.
— Eu esperava que a Comissão Especial que o município formou ajudasse a comunidade a ser ouvida para a tomada de decisões, mas isso não está ocorrendo. Nada pode ser decidido em portas fechadas. Como assim, empresários visitando a Maesa? Isso é um desrespeito às pessoas e lideranças (...). A Maesa é nossa e não de meio dúzia de investidores — afirmou, apesar de dizer não ser contrário à possível PPP pra ocupação.
Zé Dambrós e Ricardo Daneluz (PDT) também expressaram preocupação. Lucas Caregnato (PT) contestou suposta falta de diálogo:
— O prefeito Adiló, nas suas primeiras manifestações, falou que ia ter projeto e que a Maesa seria ocupada. Bom, quando a gente abre o jornal Pioneiro e aqui o primeiro erro, por quê? Se fala sempre no diálogo com esta Casa. Bom, se o jornal vai informar o Parlamento de uma operação que envolverá R$ 60 a R$ 100 milhões é porque o diálogo não acontece.
UAB QUER AUDIÊNCIA
A União das Associações de Bairros (UAB) pretende protocolar hoje pedido de audiência pública na Câmara de Vereadores para tratar da Maesa. Conforme nota, a entidade foi "pega de surpresa" com as informações publicadas no Pioneiro. Cobram maior transparência nos encaminhamentos.
Base governista reage
Velocino Uez (PTB) ocupou a tribuna para exercer sua liderança de governo. Disse que com novo maquinário deve haver avanços na pavimentação do município. E rebateu o tom das críticas ao governo:
— É muito fácil bater, mas tem que conhecer o que é a burocracia e apresentar a solução. E muito pouco eu escuto aqui a solução. Me parece que quando o prefeito Adiló consegue contemplar uma determinada demanda ele é o cara, mas quando não consegue... Me desculpa, colega vereador Dambrós, incompetente o prefeito Adiló não é. Tem partes que eu concordo, não podemos perder o recurso e não podemos perder aqueles bombeiros que viriam para Caxias. Agora, ela (secretária de Planejamento, Margarete Bender) não escondeu nada. Ela disse que foi enviado (projeto para recuperação do quartel).
Também alegou carência de funcionários públicos (por defasagem de quadro e também afastamentos de saúde) para dar maior agilidade no processo.
Já com relação à Maesa, Velocino disse que pretende esclarecer a situação com o secretário de Gestão e Finanças, Maurício Batista.
— Se o secretário colocou na imprensa isso e não construiu junto, vamos cobrar; eu sou um primeiro — assegurou.
A vice-líder de governo, Marisol Santos (PSDB), afirmou ter conversado com o secretário e o mesmo assegurado que não havia definições sobre a Maesa, diferentemente do que afirmou ao Pioneiro.