Faltam menos de duas semanas para que o primeiro semestre de 2017 termine. E a virada da economia, aguardada há três anos, ainda não aconteceu.Um ensaio do que se desenhava como o retorno da confiança, que, posteriormente, se transformaria em números crescentes, foi bruscamente interrompido, com as denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.
De lá para cá, o público vem assistindo ao desenrolar desse escândalo que intensificou a crise política e as incertezas econômicas. Em entrevista no último sábado à revista Época, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, acusa Temer de ser chefe de uma organização criminosa.
Fica difícil atrair investimentos e fazer planos quando o futuro é incerto. Uma corrente de empresários e lideranças aposta que o cenário econômico se manterá em ritmo lento, com um ceticismo no ar, até as eleições presidenciais de 2018. As delações dos irmãos Batista escandalizaram o país. A população ficou anestesiada e a luz no fim do túnel foi embaçada pelo acirramento da crise política.
Porém, o governo federal tenta dar um ar de normalidade ao momento. Tanto que o presidente Michel Temer embarcou nesta segunda-feira ao Exterior, onde terá uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega em busca de mais investimentos.
Sem a volta da confiança, o Brasil não tem como virar a página da crise. Ou virará de forma muito lenta e sofrida.
Caixa-Forte
Sem a volta da confiança, o Brasil não tem como virar a página da crise
O público vem assistindo ao desenrolar de denúncias que intensificaram a crise política e as incertezas econômicas
Silvana Toazza
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