O governo do Estado lançou neste mês de janeiro o processo de concessão do chamado Bloco 2 de rodovias gaúchas. O plano prevê o repasse à iniciativa privada de 414,91 quilômetros distribuídos por sete estradas (RS-128, RS-129, RS-130, RS-135, RS-324, RS-453 e BR-470). Ao todo, 32 municípios vão ser impactados, e o principal objetivo é melhorar a trafegabilidade nas regiões do Vale do Taquari e Norte.
No entanto, algumas cidades da Serra que estão em áreas limítrofes ao eixo central do Bloco 2 também vão ser atingidas, e seis das 24 praças de pedágio planejadas vão ser instaladas aqui na região. Confira a lista dos locais para instalação e os preços previstos:
Guaporé – km 117 da RS-129: R$ 4
Serafina Corrêa – km 139 da RS-129: R$ 4,63
Nova Bassano – km 279 da RS-324: R$ 4,06
Nova Prata – km 177 da RS-324: R$ 4,21
Boa Vista do Sul – km 70,5 da RS-453: R$ 4,51
Carlos Barbosa – km 86 da RS-453: R$ 5,29
No que se refere a obras, as estradas da Serra vão receber alguns pontos de duplicação e terão outros trechos atendidos por terceiras pistas. Essa combinação de melhorias será aplicada na RS-453, entre Garibaldi e Boa Vista do Sul; na RS-129, entre Guaporé e Serafina Corrêa; e na RS-324 e na BR-470, entre Nova Prata e Nova Araçá. O projeto do Bloco 2 prevê a duplicação de 244 quilômetros e a implantação de terceira pista em 103 quilômetros.
Para o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, o novo processo de concessão é fundamental para retomar e ampliar o desenvolvimento das regiões afetadas pelas enchentes. Além disso, especialmente no caso do Vale do Taquari, além de recuperar a infraestrutura danificada, ele entende que o processo ajudará a superar problemas históricos de logística.
— Eu destaco o Vale do Taquari porque ali nós temos um conjunto de rodovias que foram muito afetadas pelas enchentes, e isso agravou um problema que já existia, que era o gargalo logístico. Então, fazer essa concessão é urgente para recuperar essa capacidade logística e garantir resiliência, a fim de que a população possa enfrentar com mais capacidade esses eventos climáticos extremos, mais frequentes a partir de agora — ressalta Capeluppi.
A consulta pública sobre a concessão, iniciada em 13 de janeiro, vai até 21 de fevereiro, e as audiências públicas ocorreram nesta semana nas cidades de Passo Fundo, Lajeado e Venâncio Aires. Essas ações têm o objetivo de aprimorar o projeto, e após essa fase de escuta o edital vai ser finalizado, com expectativa de lançamento ainda neste primeiro semestre. O leilão deve ocorrer 90 dias depois, na B3, em São Paulo, e o critério para definir o vencedor será a conjugação de menor aporte público e maior desconto na tarifa.
A aplicação de verba do Estado no processo é uma das diferenças desta nova concessão, ao contrário do que ocorreu no Bloco 3, que abrange rodovias da Serra. O investimento total previsto para os 30 anos de contrato é de R$ 6,7 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão de verba pública, via Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).
A injeção de recursos públicos é um dos fatores que explica o preço menor previsto para cobrança nas praças, que oscilará entre R$ 2,08 e R$ 5,66. A utilização de um maior número de pórticos na comparação com Bloco 3 (24 x 6) também influencia nas tarifas mais baixas, pois o dilui os custos entre mais usuários, deixando a cobrança proporcional aos trechos percorridos.