
Não há previsão para retomar a obra da ponte sobre o Rio Turvo, no trecho entre os municípios de Campo Novo e Braga, no noroeste gaúcho. Orçada inicialmente em R$ 5,7 milhões, a construção começou em março de 2023 e tinha previsão de ser concluída no ano passado, mas está parada.
A estrutura é uma reivindicação dos moradores há pelo menos 30 anos. Hoje só é possível atravessar o Rio Turvo, na RS-518, através de um ponte estreita e precária, a qual os motoristas classificam como "perigosa".
As máquinas agrícolas que passam pelo local precisam fazer manobras, pois as rodas passam sobre a mureta lateral da estrutura. O percurso exige atenção redobrada: qualquer descuido pode fazer com que o veículo caia no rio.
Por isso, a travessia desses maquinários leva mais de 1h — enquanto isso, o resto do trânsito fica parado.
— Cada vez que fazemos esse trajeto nos sentimos apreensivos, ficamos com medo, né? Mas não tem outra forma — relatou o agricultor Ivar Michel Dalla Libera, que tem lavoura nos dois lados do Rio Turvo.
O trecho é o único com acesso asfáltico para transitar naquela região, explica o também agricultor Hernani Reichert, que passa todos os dias pelo local:
— Por aqui passa caminhão carregado, semente, adubo, ônibus... É o acesso principal, o único que temos na cidade. A situação da ponte está complicada porque ela foi construída há muitos anos, quando as máquinas agrícolas eram bem menores.
O que diz o Daer
Questionado, o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), responsável pelo trecho, informou que o orçamento para continuar a obra será entregue até o fim de abril.
Nos próximos dias, a autarquia deve informar quando o trabalho será retomado. Conforme o Daer, a obra parou porque, em função das chuvas, houve a necessidade de fazer a remodelação do projeto dos encontros da rodovia com a ponte.