A comunidade de Ronda Alta, no norte do Estado, ainda tenta assimilar a partida de Aldecir João Clivatti, 66 anos. O empresário morreu no domingo (19) ao resgatar o filho de nove anos que se afogava na barragem do Rio Passo Fundo, na linha Dona Carolina, no interior do município.
Sócio de uma mecânica, Clivatti era conhecido na cidade de pouco menos de 10 mil habitantes por sua atuação social, prestando apoio a entidades representativas. Natural de Campinas do Sul, foi em Ronda Alta que ele viveu a maior parte da vida, presidindo instituições como CTGs, conselhos de pais e liderança de bairros.
Para os filhos, Aldecir sempre teve a postura de ajudar o próximo, sem medir esforços.
— O maior legado dele para nós foi o fato de se preocupar com o outro. Antes de morrer, estava conversando com o padre da comunidade para ajudar no conselho paroquial. Então é isso que fica pra nós, a missão de se doar sempre — comenta um dos filhos de Aldecir, Felipe Clivatti.
— O nosso maior orgulho tem sido a nossa maior dor. Por ele ter sido tão bom, a dor tem sido tão dura. Ele fez tudo por nós e pela nossa comunidade, tinha um coração ímpar — resume a filha Julia Cristina Clivatti.
Vizinha há 27 anos, a advogada Maura Leitzke diz que Aldecir era um homem de muita sensibilidade, sempre pronto para se doar e ajudar os amigos em qualquer problema.
— Ninguém vai dizer algo ruim dele. Era um pai de sensibilidade fantástica, criou os primeiros filhos viúvo da primeira esposa. Com a atual companheira, havia, há pouco, recebido a guarda definitiva do filho que ele ajudou a salvar no domingo. Ele morreu fazendo o que sempre fez: ajudando o outro.
Aldecir deixa a esposa e quatro filhos. Seu corpo foi enterrado na segunda-feira (10), no Cemitério Municipal de Ronda Alta.