Uma audiência pública realizada na noite desta quarta-feira (24) debateu a implantação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em Passo Fundo, no norte do RS. O encontro ocorreu na Câmara de Vereadores.
A audiência foi proposta pela frente parlamentar em prol da construção de UPAs no município, presidida pela vereadora Ada Cristina Munaretto (PL).
Ao se manifestar no encontro, a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati, destacou a importância de se debater com a comunidade a real necessidade de um equipamento de saúde como uma UPA.
— O grande debate é se a nossa cidade precisa de um equipamento novo ou se ela precisa fortalecer os equipamentos já existem. Eu acho que esse é um grande debate. Muitas pessoas procuram a urgência e emergência porque lá elas saem com exames. E a gente sabe que a maioria dos pacientes, principalmente os pacientes com classificação de risco azul, só 10% deles precisariam fazer exames. Então, acho que esse debate precisa ser estendido além da UPA — disse a secretária.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Nilton José Gomes, também se manifestou e destacou que o principal problema, atualmente, é a falta de recursos para a implantação de uma unidade em Passo Fundo.
— Neste momento nós não temos, junto ao sistema, verbas para construir uma UPA em Passo Fundo. Podemos ter, seria muito bom, mas nós não temos hoje recursos para construir a UPA. Passo Fundo conta hoje com dois hospitais de alta complexidade e uma rede que está funcionando — afirmou.
O encontro contou com a participação da ex-secretária de Saúde de Carazinho Anelise Almeida, que contou a experiência e os desafios para a implantação da UPA no município. Segundo ela, atualmente a unidade atende cerca de 200 pessoas por dia.
— Nós analisamos a realidade local e vimos o que estava faltando. Nossa UPA foi cadastrada em 2010 e autorizada em 2013. A ideia de ter uma UPA não é para substituir as unidades de saúde, pois elas são a porta de entrada dos pacientes. E muito menos a UPA substituir a rede hospitalar. Ela vem justamente para fazer o intermédio e filtrar os pacientes conforme a real necessidade deles. Com a unidade em funcionamento, foi possível desafogar a emergência do hospital — pontuou.
A audiência contou ainda com a participação de universidades, sindicato médico e vereadores. A comunidade pôde participar e também opinar sobre o tema.