
Com a confirmação da morte do Papa Francisco aos 88 anos, na madrugada desta segunda-feira (21) em razão de um acidente vascular cerebral (AVC) e de insuficiência cardíaca, o que ficam, para muitos fiéis, são as lembranças.
Natural de Maximiliano de Almeida, no norte do RS, o jornalista Guilherme Cavalli mora na Alemanha atualmente e teve a oportunidade de se encontrar com o Papa Francisco quatro vezes.
A primeira delas, em 2013, aconteceu durante a Jornada Mundial da Juventude no Brasil.
— Tive a oportunidade de encontrar ele tanto no Rio de Janeiro quanto em Aparecida. Foi feita uma seleção de jovens que iriam encontrar ele em um jantar e eu estava entre esses jovens — relembra Guilherme.
O segundo encontro aconteceu em 2019 durante o Sínodo para a Amazônia e o terceiro em 2022 em Assis, São Paulo, durante o evento Economia de Francisco (EdF), que reúne jovens economistas, agentes de mudança e empreendedores que aderem à iniciativa de uma economia mais humana, inclusiva e sustentável, lançada em maio de 2019 pelo Papa Francisco.
Foi em 2023 que Cavalli esteve frente a frente com o argentino Jorge Mario Bergoglio.
— Foi um momento muito bonito. É difícil você mensurar uma ocasião onde o Papa te olha, te escuta e dialoga com você em níveis iguais. Geralmente a gente vê figuras públicas que assumem quase que uma indiferença no diálogo. Realmente existiu uma troca, não foi uma escuta performática ou um momento protocolar que é necessário cumprir — conta.
Em setembro do último ano, Guilherme esteve no Vaticano e viu o Papa Francisco da Praça São Pedro durante a celebração do perdão. Mesmo de longe, ele afirma que a lembrança é emocionante.
— Foi a última vez que estive com ele, na presença dele — disse.
"Ele era o Papa que criava pontes e conexões"

Em 2013, a psicóloga Leticia Carla Poli também encontrou o Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Ela relembra com carinho dos momentos na presença do Pontífice.
— Eu vi ele há uns 100 metros de distância durante a Missa de Envio, no último dia do evento. Não foi tão próximo quanto eu gostaria, mas foi um contato — disse.
Leticia conta que uma das lembranças mais marcantes foi a forma como Francisco quebrou alguns protocolos do encontro para poder se conectar e se sentir mais próximo das pessoas.
— Ele era o Papa que criava pontes e conexões. Era muito conectado com a dor humana e com a natureza. Ele transmitia amor de uma forma única e deixa muitos legados — afirma.
Para Leticia, "Ide, sem medo, para servir" foi a frase mais marcante falada por Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude.
— Lembro do meu coração ficar bem vibrante. Por mais simples que a frase seja, ela é muito forte. Fala de coragem, de fazer acontecer, e é uma inspiração para os jovens — disse.