
O Simpasso, entidade que representa os servidores municipais de Passo Fundo, aceitou a proposta de reajuste salarial de 5,06% e aumento de 6,25% no vale-alimentação apresentada pela prefeitura na semana passada.
A votação em assembleia na manhã desta segunda-feira (24) resultou em 32 votos a favor e 21 contra. Dessa forma, as negociações estão encerradas e a proposta segue para análise da Câmara de Vereadores.
Os números foram discutidos depois que o Executivo justificou a inviabilidade de atender à demanda inicial da categoria, que pedia 11% de reajuste. Segundo a entidade, embora a proposta não represente um ganho real, a decisão da assembleia foi soberana.
Segundo o presidente do Simpasso, Sandro Riffel, a prefeitura alegou restrições orçamentárias, incluindo o comprometimento de 49,42% da folha de pagamento, próximo ao limite prudencial estabelecido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), o que impossibilitou reajuste maior.
Em nota, o Simpasso manifestou frustração com o resultado e reafirmou que sempre buscará ganhos reais e melhores condições para os servidores.
— A diretoria continuará lutando por avanços na pauta de reivindicações e pela valorização dos trabalhadores — afirmou Riffel.
Além do reajuste, a prefeitura sinalizou que vai avançar em outras demandas da categoria, como:
- Insalubridade para agentes de endemias;
- Majoração das diárias e do adicional de risco de vida para fiscais, coordenadores e educadores sociais;
- Concurso público para o Hospital Beneficente Dr. César Santos;
- Revisão de gratificações para equipes diretivas e coordenações;
- 14º e 15º salários para professores.
O projeto de lei que formaliza o reajuste deve ser votado pelos vereadores ainda nesta semana. Caso aprovado, os novos valores entrarão em vigor retroativamente a janeiro de 2025.
Impasse com o CMP segue
Enquanto o Simpasso aceitou a proposta, o Sindicato dos Professores Municipais (CMP) manteve a reivindicação pelo reajuste a partir do piso nacional e criticou a falta de avanços nas negociações.
A categoria também cobrou a separação das negociações salariais — a prefeitura tem oferecido o mesmo percentual oferecido inicialmente ao Simpasso. Segundo o CMP, a negociação em conjunto beneficia o Executivo, que utiliza o limite da folha de pagamento como justificativa para não conceder reajustes adequados.
Uma nova assembleia com os professores deve ser realizada na próxima quarta-feira (26), dia que o sindicato espera que seja votado o projeto. A tendência é que o CMP mais uma vez negue a proposta do Executivo.