
Os servidores municipais de Passo Fundo voltaram a rejeitar a proposta de reajuste salarial de 5,06% apresentada pela prefeitura nas duas assembleias realizadas na tarde de quinta-feira (20).
Enquanto o Sindicato dos Servidores Municipais (Simpasso) aguarda uma nova proposta com ganho real, o Sindicato dos Professores Municipais (CMP) destacou a necessidade de respeitar o piso nacional do magistério e criticou a falta de avanços nas negociações.
O Simpasso reforçou a expectativa de que o Executivo apresente uma nova proposta com ganho real. Com a rejeição, a assembleia da data-base 2025 permanece aberta desde a última sexta-feira (14). Conforme o sindicato, a categoria segue mobilizada e aguarda um posicionamento e nova proposta do governo municipal.
O CMP também rejeitou a proposta de forma unânime, com críticas à falta de compromisso do Executivo em garantir o reajuste do piso nacional do magistério. Uma das diretoras, Débora Soares, destacou que a prática de não pagar o reajuste do piso tem prejudicado o plano de carreira dos docentes.
— O nível 1 do plano de carreira já foi extinto e se continuarmos aceitando essa falta de reajuste, o nível 2 também será impactado em breve — afirmou Débora.
A categoria também cobrou a separação das negociações salariais — a prefeitura tem oferecido o mesmo percentual de reajuste do Simpasso. Segundo o CMP, a negociação em conjunto beneficia o Executivo, que utiliza o limite da folha de pagamento como justificativa para não conceder reajustes adequados.
Ofícios serão entregues ao Executivo na tarde desta sexta-feira (21), informando os resultados das assembleias, que foram as negativas ao índice, o qual a prefeitura de Passo Fundo classifica como a proposta final.
Caso não seja reaberta uma nova mesa de negociação, a tendência é que novas assembleias sejam convocadas para os sindicatos deliberarem uma paralisação.
O que diz a prefeitura
Questionada, a prefeitura de Passo Fundo disse que vai manter a proposta de reajuste em 5,06% nos salários e 6,25% no vale-alimentação tanto ao Simpasso quanto ao CMP. O projeto de lei será encaminhado à Câmara de Vereadores na próxima semana.
"A prefeitura de Passo Fundo traz esta proposta com cautela e responsabilidade, como fez nos últimos anos. Qualquer % a mais poderá trazer consequências e impactos na folha difíceis de reverter", afirmou o Executivo.
"Nos últimos 12 anos (de 2012 a 2024), a prefeitura esteve impedida de realizar concurso público por estar com o percentual de gasto com pessoal acima do permitido pela lei de responsabilidade. Isso impacta diretamente no serviço prestado, na composição das equipes e no atendimento à população. Em 2024, o Município conseguiu realizar o concurso público. Foram nomeados este ano mais de 280 servidores. A nomeação dos demais concursados também depende deste índice estar dentro dos parâmetros que a lei estabelece", completou.