
O recente problema de falta de água que atingiu milhares de moradores de Passo Fundo, no começo de março, gerou questionamentos sobre a capacidade do serviço da Corsan e como evitar o desabastecimento em casa.
Nesse contexto, opções como a instalação de caixas d'água e abertura de poços artesianos surgem como alternativas para quem quer investir em reservatórios na tentativa de driblar novos transtornos.
Confira a seguir como funcionam os serviços, qual o custo e onde encontrá-los na cidade.
Caixas d'água

O primeiro passo é decidir qual o tamanho da caixa que o morador deseja instalar. Conforme o gerente de uma loja de ferramentas localizada no bairro Boqueirão, Carlos Darlan Pozza, um reservatório de 500 litros oferece capacidade de abastecimento para cerca de dois dias em família de quatro pessoas.
Outras opções são as caixas de 250, 310, mil e dois mil litros. A faixa de preço varia conforme a capacidade e vai de R$ 240 a R$ 1,3 mil.
O tamanho também precisa ser escolhido de acordo com o espaço disponível em casa. Segundo Pozza, a maior demanda é pelas caixas menores, entre 500 e dois mil litros.
A instalação exige um serviço que pode levar um dia ou até uma semana, a depender do local em que a caixa será colocada. O trabalho é realizado por um técnico hidráulico e custa em torno de R$ 1,5 mil.
Conforme o técnico Diones Mossini, que trabalha em uma empresa de serviços para residências, a primeira parte do processo é avaliar a tubulação do local. Na maioria das vezes, a instalação é feita em maior altitude, para facilitar o bombeamento da água.
— A caixa precisa ser limpa a cada seis meses para evitar sujeira na tubulação. Com essa falta de água que tivemos, vimos muitos problemas com água suja ou trancada, por isso tem que evitar esse acúmulo — explica o técnico.
A limpeza e higienização fazem parte da manutenção da caixa e o serviço custa entre R$ 250 e R$ 280.
Poços artesianos

Em primeiro lugar é preciso contratar uma empresa perfuradora que esteja cadastrada junto ao Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura. A lista pode ser consultada neste link.
Para perfurar a empresa precisa de uma Autorização Prévia obtida no Sistema de Outorga de Água do RS (Siout) — disponível neste link. Após a perfuração, o poço deverá ser cadastrado e ter a outorga (ou dispensa dela) do Siout.
Para desativar poços já existentes, o procedimento é a contratação de um geólogo ou engenheiro de minas para solicitar, via Siout, aprovação de um projeto de tamponamento. A autorização pode ser pedida por qualquer morador, desde que possua o profissional habilitado (geólogo ou engenheiro de minas).
O investimento começa com a taxa para a autorização prévia ao DRHS, que custa R$ 158,25. Quando a vazão do poço é maior que 2m³/dia, é preciso solicitar a outorga, estimada em R$ 395,62. O valor para contratar as empresas perfuradoras podem variar, mas o preço mínimo é de R$ 5 mil.
Não há limite para o tamanho e profundidade: se a constituição geológica do local for favorável, é possível perfurar poços de várias profundidades e diâmetros.
A única restrição para o consumo do recurso é quando existe rede pública — neste caso não pode haver consumo humano. Nesse caso é possível utilizar o poço para atividades como irrigação de jardim, limpeza em geral e lavagem de roupas.
Para os locais onde não há rede pública, o uso é liberado para consumo humano e deverá apresentar análise físico-química e bacteriológica para a outorga e obter autorização junto à Secretaria de Saúde do município.