A cidade de Aratiba, na região norte do Estado, voltou a registrar desmatamento de vegetação nativa. Desta vez, a destruição atingiu mais de 22,3 mil metros quadrados de Mata Atlântica, em uma propriedade no interior do município que faz divisa com Santa Catarina.
O flagrante foi feito pelo 3° Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) na última sexta-feira (2). Os policiais constataram o desmatamento dos mais de dois hectares com o uso de drones e imagens georreferenciadas.
Na borda da área destruída estavam troncos que possibilitaram a identificação das espécies nativas atingidas: angico, fumeiro-bravo, camboatá, canela, timbó e unha-de-gato. Todas fazem parte do bioma Mata Atlântica, uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo.
No local, havia gado pastando no momento do registro da ocorrência. O 3° BABM localizou o proprietário, que informou não possuir autorização do órgão ambiental competente para realizar a intervenção na área, e por isso responderá por crime ambiental.
Este é o primeiro caso de desmatamento registrado em Aratiba em 2024. Porém, entre 2020 e 2023, mais de 59,6 hectares de Mata Atlântica foram destruídos no município de acordo com o levantamento feito por GZH na plataforma Mapbiomas. Nos últimos quatro anos, foram 38 alertas de desmatamento registrados pelo sistema na cidade do extremo norte do RS.
Para coibir esse tipo de ocorrência, na última terça-feira (30) a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) deu início à Operação Tekohá, com o objetivo de autuar proprietários rurais envolvidos em crimes de desmatamento. A ação vem após denúncias enviadas pelo Ministério Público do RS.
Os valores das multas variam de R$ 1,3 mil a R$ 9 mil por hectare devastado, dependendo se o crime foi cometido no bioma Pampa ou no bioma Mata Atlântica. O desmatamento florestal e uso irregular do solo causam diversos impactos ao meio ambiente, prejudicando a biodiversidade e causando alterações no clima.